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Grupo de militantes do Partido Socialista da Maia queixa-se de “atropelos” em escolha de candidata

11 Maio 2021
Grupo de militantes do Partido Socialista da Maia queixa-se de “atropelos” em escolha de candidata
Política
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Um grupo de militantes do PS da Maia entregou esta segunda feira uma queixa à Comissão de Jurisdição do partido pelos “atropelos” na escolha do candidato à Câmara nas próximas eleições autárquicas, disse o porta-voz dos subscritores, Andrade Ferreira.
Em causa está a forma como decorreu a sessão da Concelhia do PS da Maia, em que foi definida como candidata socialista à Câmara do concelho a professora universitária Teresa Almadanim, e não foi aceite pela mesa um requerimento que sugeria a candidatura de Francisco Vieira de Carvalho, atual vereador eleito pela coligação PS/JPP em 2017.
“O que se passou deve envergonhar o partido. Apresentei um requerimento cinco dias antes da reunião com a sugestão de um nome [o de Francisco Vieira de Carvalho]. É um direito que me assiste. O José Francisco [Vieira de Carvalho] fez um trabalho notável. O nome, pelo menos, devia ser discutido, mas recebi resposta da mesa a inviabilizar o meu requerimento a 15 minutos da reunião”, descreveu.
O argumento “foi que havia uma proposta do presidente [da Concelhia] e não se podia alterar a ordem de trabalhos que referia apenas que a reunião serviria para definir o candidato”, relatou Andrade Ferreira.
O militante socialista, que é também vereador na Câmara da Maia, tal como Francisco Vieira de Carvalho, revelou que “os atropelos” que decorreram na reunião levaram um grupo de 18 militantes a abandonar a sessão e a subscrever uma queixa à Comissão de Jurisdição do PS.
Francisco Vieira de Carvalho, independente, foi o candidato coligação PS/JPP à Câmara da Maia nas autárquicas de 2017.
O texto da queixa foi enviado com conhecimento ao presidente da Federação Distrital, Manuel Pizarro, ao secretário-geral adjunto, José Luís Carneiro, bem como à coordenadora autárquica, Maria da Luz Rosinha.
O porta-voz do grupo disse que o boletim de voto distribuído na reunião da concelhia do PS/Maia “só previa um quadrado e não permitia expressar o voto contra” na candidatura de Teresa Almadanim, proposta pelo presidente da concelhia, uma situação que Andrade Ferreira considera que demonstra “falta de democracia”.
Contactada a concelhia do PS da Maia, o presidente, Paulo Rocha, em resposta escrita, rejeitou as críticas sobre “falta de democracia”, considerando-as “mais um ato para desviar as atenções do essencial”.
“A CPC [Comissão Política Concelhia], ao contrário daquilo que é referido, até teve dois momentos de clarificação. Dois momentos em que os Comissários Políticos concelhios tiveram a oportunidade de deixar claro o rumo que pretendem seguir. Um primeiro momento em que a CPC rejeitou uma proposta de apoiar um candidato independente que, já em abril, apresentou a sua candidatura à Câmara da Maia, sem nunca, ao longo dos últimos 15 meses, dialogar com o PS”, explicou aquela estrutura partidária.
De acordo com a concelhia, houve ainda um “segundo momento em que a maioria dos Comissários Políticos votaram expressivamente a designação da cidadã Teresa Almadanim como candidata do PS à Câmara”, lê-se na resposta.
Paulo Rocha considerou que “democracia é, sim, saber aceitar os resultados”, acusando os subscritores da queixa de terem “deixado de saber discutir e pensar política para se centrarem apenas em questões formais, jurídicas e afins”.
A Câmara da Maia é atualmente liderada pela coligação PSD/CDS-PP que conquistou, nas autárquicas de 2017, seis mandatos, sendo oposição no executivo a coligação PS/JPP com cinco eleitos.
Além da candidatura do PS, são conhecidas a do atual presidente, António Silva Tiago, pelo PSD, a do jornalista Alfredo Maia, pela CDU, bem como a de André Pedro Almeida, presidente da concelhia do Chega.
As eleições autárquicas têm de ser marcadas pelo Governo para o período entre 22 de setembro e 14 de outubro.