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Margem de refinação da Galp dispara 75% no 4.º trimestre de 2022 face ao anterior

31 Janeiro 2023
Margem de refinação da Galp dispara 75% no 4.º trimestre de 2022 face ao anterior
Economia
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A margem de refinação da Galp disparou 75%, para 13,50 dólares por barril, no quarto trimestre de 2022 face ao trimestre anterior, tendo a produção de petróleo permanecido estável.
Segundo o ‘trading update’ enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a margem de refinação de 13,50 dólares por barril da Galp entre outubro e dezembro ficou 75% acima dos 7,70 dólares do trimestre anterior, sendo mais do dobro dos 5,60 dólares por barril do quarto trimestre de 2021.
De acordo com a Galp, a subida da margem resultou do “ambiente de mercado mais favorável”, prevendo-se que o valor registado no quarto trimestre tenha “um impacto estimado de 80 milhões de euros no EBITDA [resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações]”.
Ainda assim, a margem de refinação do último trimestre de 2022 fica bastante aquém dos 22,3 dólares por barril atingidos no segundo trimestre de 2022, alcançados após a alta do petróleo na sequência da invasão russa da Ucrânia.
De outubro a dezembro, a atividade de refinação recuou 10% em cadeia, “na sequência de trabalhos de manutenção planeados”, mas ficou 51% acima do trimestre homólogo.
No período, a Galp reporta impactos no abastecimento e comercialização de gás natural e LGN (gás natural liquefeito), devido a “restrições adicionais no fornecimento e ao desafiante ambiente europeu no gás natural”.
No último trimestre do ano passado, a produção de petróleo da Galp foi de 115,3 mil barris por dia, ligeiramente acima dos 114,8 mil barris do terceiro trimestre e 4% mais que os 111,2 mil barris do quarto trimestre de 2021.
As vendas da petrolífera recuaram 9% em cadeia e 1% em termos homólogos no segmento dos produtos petrolíferos e caíram 4% em cadeia e 16% homólogos na eletricidade, tendo progredido 2% face ao terceiro trimestre no gás natural, embora com uma quebra homóloga de 5%.
A Galp atribui a quebra das vendas de produtos petrolíferos à “redução da procura na Ibéria, sobretudo no segmento B2B [‘business to business’]”, enquanto as vendas de gás e de eletricidade “foram impactadas pela redução da atividade, especialmente no segmento B2B, assim como pela diminuição do consumo no segmento B2C [‘business to consumer’], devido às temperaturas mais quentes”.
No trimestre em análise, a capacidade instalada da Galp nas renováveis aumentou 7% face ao trimestre anterior, para 1.4 Gigawatts (GW) mas a geração caiu mais de 50% “devido à redução sazonal do número de horas de luz solar”.
No ‘trading update’ divulgado – que antecipa a publicação dos resultados do quarto trimestre da Galp, prevista para dia 13 de fevereiro, antes da abertura do mercado – a empresa prevê uma redução da dívida líquida para 1.600 milhões de euros no final do trimestre, afirmando estar “ainda a avaliar o impacto dos ‘windfall taxes’ [impostos sobre os lucros extraordinários] em Portugal e Espanha”.
Refere ainda que os resultados do quarto trimestre irão incluir uma imparidade de 100 milhões de euros nos ativos da rede de retalho e diz ter constituído uma provisão de 60 milhões de euros relacionada com o projeto na antiga refinaria de Matosinhos.