Última hora

Fábrica de combustíveis da refinaria da Galp de Matosinhos encerrou no final do mês de março

15 Abril 2021
Fábrica de combustíveis da refinaria da Galp de Matosinhos encerrou no final do mês de março
Economia
0

A Galp encerrou, no final de março, a fábrica de combustíveis da refinaria de Matosinhos, em “linha” com o calendário previsto, confirmou agora a empresa.
“O calendário anunciado para o descomissionamento da refinaria de Matosinhos mantém-se em linha com o previsto, nomeadamente o encerramento da fábrica de combustíveis, que ocorreu no final de março”, referiu a empresa que em dezembro anunciou a intenção de concentrar as operações de refinação e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines, descontinuando em 2021 a refinação em Matosinhos.
A Galp disse ainda que, também no final de março, concluiu a primeira ronda de conversas individuais com a totalidade dos colaboradores.
A decisão da Galp de descontinuar a refinação em Matosinhos põe em causa 500 postos de trabalho diretos e 1.000 indiretos, conforme estimativas dos sindicatos.
O dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente (SITE) do Norte e da comissão de trabalhadores, Telmo Silva, contou que apesar da fábrica de combustíveis ter fechado, os trabalhadores a ela afetos continuam a cumprir os seus turnos.
“Não tendo o que fazer, vão [esses trabalhadores] fazendo uns acompanhamentos, umas leituras de pressões e vigilâncias”, frisou.
Telmo Silva estima que no final deste mês também fechem as fábricas dos óleos base e aromáticos.
Reafirmando que a empresa continua “em silêncio”, o sindicalista acredita que o caminho seja o despedimento coletivo.
No início do ano, a Galp detalhou que “estão previstas três grandes etapas sequenciais – descomissionamento, desmantelamento e descontaminação – que devem prolongar-se durante um período mínimo de três anos”.
O descomissionamento da refinaria “terá lugar durante 2021 (até final de março para a fábrica de combustíveis, até final de junho para as fábricas de aromáticos e óleos base e até final de dezembro para as utilidades) e destina-se a isentar todas as unidades processuais da presença de produto”, frisou.
Assim, o grupo irá preparar “os equipamentos de uma forma segura para, a partir de 2022, o seu desmantelamento e subsequente descontaminação, de acordo com plano a definir que resultará das alternativas de uso a serem identificadas”.
Os trabalhadores já organizaram quatro protestos: um junto à Câmara Municipal de Matosinhos, a 12 de janeiro, outro a 2 de fevereiro em frente à sede da Galp e à residência do primeiro-ministro, um terceiro a 25 de fevereiro, junto à Câmara Municipal do Porto, e um último a 18 de março, novamente em frente à residência do primeiro-ministro.
O Estado é um dos acionistas da Galp, com uma participação de 7%, através da empresa público-privadas Parpública.