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Primeiro-Ministro António Costa diz que vacina da AstraZeneca foi suspensa por mera precaução

16 Março 2021
Primeiro-Ministro António Costa diz que vacina da AstraZeneca foi suspensa por mera precaução
País
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O Primeiro-Ministro frisou hoje que a vacina contra a Covid-19 da farmacêutica AstraZeneca/Oxford foi suspensa em Portugal por “uma mera precaução” e manifestou a convicção de que estará “tudo esclarecido” até ao final desta semana.
“É preciso que as pessoas compreendam o que está a ocorrer: estas suspensões são meramente provisórias. A Organização Mundial de Saúde [OMS] está a fazer uma reapreciação dos dados, a Agência Europeia do Medicamento vai pronunciar-se até ao final da semana e é por uma mera precaução que esta decisão foi tomada”, disse António Costa.
O Primeiro-Ministro, que falava aos jornalistas no Porto à margem de uma cerimónia sobre o lançamento de projetos para as novas linhas de metro, fez apenas uma declaração à imprensa, sem direito a perguntas, na qual recordou que ele próprio tomou a vacina da AstraZeneca/Oxford e aguarda “com ansiedade” a segunda dose, que tomará em maio.
“Toda a evidência científica demonstra que a vacina [da AstraZeneca] é uma vacina segura e que é uma vacina efetiva. Digo isto com a tranquilidade de eu próprio estar a ser vacinado com a vacina da AstraZeneca, já ter tomado uma primeira dose e aguardar com ansiedade a minha segunda dose”, referiu.
Numa mensagem claramente dedicada a quem tomou a primeira dose desta vacina, bem como aos portugueses que vêem agora adiada a sua vacinação, António Costa sublinhou que tem a “convicção de que tudo se vai esclarecer”. O Primeiro-Ministro reforçou, ainda, a ideia de que “anseia” a segunda dose para “ficar com a imunidade mais reforçada”.
“A todos quantos tomaram a primeira dose da vacina, digo para estarem tranquilos e confiantes. E quem aguarda a vacinação, que tenha um pouco mais de calma porque vamos ter alguns dias de atraso. Esta suspensão foi por mera precaução e todos os dados científicos confirmam a qualidade da vacina, a sua segurança. Espero que até ao final desta semana tudo esteja esclarecido e possamos retomar com normalidade este plano de vacinação”, sublinhou.
As autoridades de saúde portuguesas decidiram na segunda feira suspender o uso da vacina da AstraZeneca/Oxford contra a Covid-19.
A decisão foi anunciada pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pela autoridade do medicamento (Infarmed) e surge após vários países europeus também já terem suspendido a administração desta vacina devido a relatos de aparecimento de coágulos sanguíneos em pessoas vacinadas.
A decisão pela suspensão da administração da vacina ocorre apenas um dia depois de Infarmed e DGS terem declarado que a vacina da AstraZeneca podia continuar a ser administrada, frisando que não havia evidência de ligação com os casos tromboembólicos registados noutros países. Entretanto, o país continua a utilizar as vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna, autorizadas pela Agência Europeia do Medicamento.
Espanha, Itália, Alemanha, França, Noruega, Áustria, Estónia, Lituânia, Letónia, Luxemburgo e Dinamarca, além de outros países, incluindo fora da Europa, já interromperam por “precaução” o uso da vacina da AstraZeneca/Oxford, após relatos de casos graves de coágulos sanguíneos em pessoas que foram vacinadas com doses do fármaco da AstraZeneca/Oxford.
A empresa já disse que não há motivo para preocupação com a sua vacina e que houve menos casos de trombose relatados nas pessoas que receberam a injeção do que na população em geral.
A Agência Europeia do Medicamento (EMA) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmaram que os dados disponíveis não sugerem que a vacina da AstraZeneca/Oxford tenha causado os coágulos e que as pessoas podem continuar a ser imunizadas com esse fármaco.
Em Portugal, a Covid-19 já provocou 16.707 óbitos, entre os 814.897 casos de infeção confirmados, de acordo com o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS), mas há registo de pelo menos 762.961 doentes recuperados.
A Covid-19 já provocou 2.675.684 óbitos no mundo, resultantes de mais de 120 milhões de casos positivos identificados, mas há registo de pelo menos 97.541.899 doentes recuperados.