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Concessionária Indaqua quer 45 Milhões de Euros pelo resgate da concessão da água em Santo Tirso

28 Dezembro 2020
Concessionária Indaqua quer 45 Milhões de Euros pelo resgate da concessão da água em Santo Tirso
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A Indaqua discorda do resgate da concessão da água pela Câmara Municipal de Santo Tirso, atribui o aumento das tarifas às políticas do município e eleva para 45 milhões de euros o valor da indemnização a pagar pela decisão do município.
O presidente da Autarquia, Alberto Costa, anunciou o resgate da concessão da água, estimando uma redução do tarifário de 35% para a população, ao mesmo tempo que revelou que a indemnização a pagar à empresa a partir de janeiro de 2023 é de “12 milhões de euros”.
A Câmara Municipal de Santo Tirso explica que a decisão “tem por base a defesa do interesse público e visa resolver uma injustiça de que está a ser vítima a população do concelho, obrigada a pagar a água mais cara do país”.
A Indaqua, que detém a concessão da água no concelho, afirmou-se surpreendida pelo anúncio do autarca socialista, “dois dias depois de uma reunião presencial” com a administração da empresa, em que “tal intenção nunca foi apresentada”.
A Indaqua alega que a “rescisão do contrato não tem, em boa fé, qualquer fundamentação”, pois a empresa “cumpre, escrupulosamente, as mais de 100 obrigações contratuais que lhe estão acometidas”.
“O valor de indemnização decorrente de um resgate é determinado nos termos da cláusula 22.ª do contrato de concessão, que está disponível no seu site, e nunca será inferior a 45 milhões de euros”, alerta a empresa, em comunicado, contrapondo aos 12 milhões de euros avançados pela autarca.
Baseando-se nos “relatórios anuais da Comissão de Acompanhamento de Concessão, atualmente presidida por um representante da Câmara Municipal de Santo Tirso”, a Indaqua remete responsabilidades para as políticas municipais.
Segundo a concessionária, as “tarifas atualmente praticadas em Santo Tirso/Trofa – muito superiores às previstas no contrato inicial de 1998 – resultam de opções políticas que os municípios (inicialmente apenas Santo Tirso), entidades contratantes, foram tomando ao longo dos 20 anos de contrato”.
A empresa dá como exemplo o “abandono das origens de água existentes no concelho e a opção, imposta pelo município no ano 2000, de comprar a água às Águas de Portugal, aumentando os custos totais em mais de 40 milhões de euros” e a “ausência de financiamento público para o investimento em redes de água, transferindo para as tarifas dos utilizadores o custo do alargamento da rede”.
“Dos mais de 25 milhões de euros investidos no alargamento da taxa de cobertura (de 34% para 95%) o financiamento comunitário suportou apenas 10%”, observa a Indaqua.
A Indaqua acrescenta que as opções, em 2011, “pela gratuitidade da ligação à rede transferindo o custo da construção de milhares de ramais novos para todos os utilizadores ligados” e a “existência de mais de oito mil alojamentos que passaram, com a concessão, a ter rede de água” e que “ainda persistem no incumprimento da obrigatoriedade legal de ligação e todas as tarifas aplicadas” são da responsabilidade do município.
“Todas as tarifas aplicadas foram anualmente aprovadas pela Câmara de Santo Tirso, após parecer por parte da entidade reguladora e previamente à sua entrada em vigor”, sustenta a empresa Indaqua.