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Longa Vida em Matosinhos desliga torres de refrigeração devido à Legionella no Grande Porto

19 Novembro 2020
Longa Vida em Matosinhos desliga torres de refrigeração devido à Legionella no Grande Porto
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A empresa de produtos lácteos Longa Vida, em Perafita, Matosinhos, adiantou ter desligado as suas torres de refrigeração “a título preventivo” devido ao surto de Legionella na região do Grande Porto que já afetou 85 pessoas e provocou 9 mortes.
“Cumprindo as indicações da autoridade de saúde e na sua presença, a título preventivo, a Longa Vida desligou de imediato as suas torres de refrigeração”, avançou a empresa, em comunicado.
O surto de Legionella que está a afetar a região do Grande Porto registou esta quinta feira mais três casos, que deram entrada no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, confirmou fonte da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N).
Com estes novos casos, sobe para 85 o número de pessoas que contraíram a doença, desde 29 de outubro, nos concelhos de Matosinhos, Póvoa de Varzim e Vila do Conde, sendo que nove morreram com complicações associadas e 20 continuam internadas em três hospitais do distrito do Porto.
A empresa Longa Vida efetua todos os controles exigidos por lei às suas torres de refrigeração, estando a acompanhar de perto o surto em colaboração com as autoridades que se encontram a realizar inspeções nesta área geográfica.
Referindo que “quaisquer informações” sobre este tema deverão ser prestadas pelas autoridades competentes, a empresa espera que a situação possa ser “rapidamente” esclarecida.
“Para a Longa Vida a segurança das suas pessoas e das suas operações é uma prioridade não negociável”, vincou a empresa no mesmo comunicado.
A origem do surto ainda não foi descoberta, mas a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) divulgou, na terça feira, que, “como medida cautelar, a Autoridade de Saúde de Matosinhos procedeu à suspensão do funcionamento das torres de refrigeração de duas indústrias, localizadas no concelho de Matosinhos”, embora sem especificar quais.
Sem uma explicação concreta para a dispersão geográfica do surto, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) avançou que a mesma “é compatível com uma eventual fonte ambiental sujeita aos efeitos das alterações climáticas da depressão Bárbara”.
Esta quinta feira, a Câmara Municipal de Matosinhos, numa reação à suspensão das torres de refrigeração de duas fábricas do concelho, disse estar a “acompanhar de perto e com preocupação o desenvolvimento do surto”.
“Independentemente do concelho onde se situem estas instalações, o importante é que o foco tenha sido identificado e que esta situação possa, em breve, ser ultrapassada. A autarquia tem disponíveis todos os meios necessários para atuar, caso estes sejam solicitados pelas entidades de saúde responsáveis pela gestão do caso”, garantiu a Câmara de Matosinhos, em comunicado.
Na quarta feira da semana passada, o Ministério Público anunciou a abertura de um inquérito para investigar as causas do surto de Legionella que afeta os concelhos de Matosinhos, Póvoa de Varzim e Vila do Conde.