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Presidente da Área Metropolitana do Porto quer que o Governo decrete Estado de Emergência

28 Outubro 2020
Presidente da Área Metropolitana do Porto quer que o Governo decrete Estado de Emergência
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O presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP) disse esta quarta feira querer que o Governo decrete o Estado de Emergência, generalizando as medidas de combate à Covid-19 “a todo o país” de forma “coerente e homogénea”.
“Neste momento é difícil defender outra coisa que não seja o Estado de Emergência. Tem de existir cobertura jurídica e legal para tomar medidas imprescindíveis. Isto não se resolve com medidas milagrosas. As medidas em concelhos em concreto não são viáveis. Temos interdependências regionais e pendularidades diárias”, disse Eduardo Vítor Rodrigues, líder da AMP.
Eduardo Vítor Rodrigues, que é também presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, recordou que “as medidas que se tomam hoje não têm um efeito imediato”, daí a “urgência” de “avançar rapidamente”.
“Os números a que estamos a chegar não são nenhuma surpresa. Estava bem claro que tínhamos uma evolução muito preocupante. Olhar para os números de forma territorializada tem levado a que andemos sempre atrás do prejuízo. Isto é suficientemente grave para que, mesmo em zonas onde não há nenhum fenómeno conhecido, as populações sejam envolvidas”, defendeu Eduardo Vítor Rodrigues.
Admitido que, neste momento, o Norte do país apresenta números de infeção pelo novo coronavírus “muito preocupantes”, Eduardo Vítor Rodrigues criticou as “mudanças de medidas em função de momentos conjunturais”, pedindo “um esforço nacional”.
“Até para se perceber que chegamos a um momento de uma gravidade que não pode ser atenuada com medidas concelhias ou metropolitanas”, frisou o Presidente da Câmara de Gaia e da Área Metropolitana do Porto (AMP).
Eduardo Vítor Rodrigues defendeu mudanças na comunicação sobre a Covid-19, lembrando que “as pessoas estão exaustas de ter informação que às vezes é contraditória”.
O autarca considera que a tutela devia considerar fazer “um alívio na intensidade nas conferências de imprensa da Direção-Geral da Saúde”.
“É preciso ter comunicação mais direcionada, informação mais precisa e discurso mais homogéneo. Andamos a pedir às pessoas que no Dia dos Fiéis não vão aos cemitérios e depois temos 30 mil pessoas a ver corridas de Fórmula 1. Ontem tivemos o retorno do público aos estádios de futebol [referindo-se ao FC Porto-Olympiacos para a Liga dos Campeões que decorreu no Estado do Dragão]. Se calhar é justo, mas se calhar já podia ter acontecido antes e vem na pior altura pelo significado que representa”, considerou Eduardo Vítor Rodrigues.
Exigir que as empresas reforcem os desfasamentos de entrada e saída, repensar os horários do comércio de rua e dos centros comerciais, e fechar universidades e secundárias durante “pelo menos 15 dias”, de forma “a retirar jovens dos transportes públicos e da via pública”, são algumas das medidas que o autarca de Gaia diz serem “urgentes”.
Eduardo Vítor Rodrigues acrescentou a ideia de pedir aos clubes desportivos que suspendam durante 15 dias as atividades de formação”, porque “não vale a pena fechar escolas e introduzir o ensino à distância se depois pais, miúdos e técnicos andam de trás para a frente”, disse.
“Todas as medidas que proponho têm uma prévia auscultação com as entidades que gerem o processo no terreno”, sublinhou Eduardo Vítor Rodrigues.
Hoje, o presidente da Comissão Distrital da Proteção Civil do Porto, Marco Martins, apresentou uma proposta ao Governo para que, em função do aumento crescente do número de casos de Covid-19 na região, decrete o recolher obrigatório no distrito do Porto.
Marco Martins disse ter falado com a maioria dos autarcas do distrito do Porto e que todos concordaram que são necessárias “medidas mais graves, mas medidas que façam o equilíbrio entre a saúde pública e a economia”.
Especialistas alertaram esta quarta feira que o Norte poderá atingir 7.000 novos casos de infeção pelo SARS-CoV-2 na próxima semana e afirmaram existirem “vários concelhos” num “patamar semelhante” aos três do Tâmega e Sousa onde, na sexta feira, foram impostas medidas mais restritas, Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira.