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Manuel Pizarro diz que primárias no PS para candidatos às câmaras é para ver caso a caso

8 Outubro 2020
Manuel Pizarro diz que primárias no PS para candidatos às câmaras é para ver caso a caso
Política
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O presidente da Distrital do Porto do PS admitiu a realização de eleições primárias para escolha dos candidatos autárquicos, mas defendeu que isso deve ser visto caso a caso, sublinhando que não é o único modelo democrático.
“É uma situação para decidir caso a caso, eu admito que essa seja uma forma de legitimar na comunidade candidaturas do PS, quando isso se revelar adequado. É preciso perceber a realidade local. Não pode ser um modelo único e, sendo um modelo profundamente democrático, não é o único modelo democrático”, assinalou Manuel Pizarro.
O candidato socialista à Câmara de Vila do Conde vai ser escolhido através de eleições diretas no próximo dia 15 de novembro.
Esta será a primeira vez que o PS abre a escolha do seu candidato a uma câmara aos militantes e simpatizantes, num processo semelhante ao que levou António Costa a ser eleito como secretário-geral do partido, em 2014.
Para Manuel Pizarro, as soluções são as mais variadas e devem ter em conta várias dimensões.
“Eu diria que onde a câmara já é do PS não me ocorre fazer primárias para decidir o candidato. Onde não é, depende dos casos. Uma das coisas é a organização socialista local ter vontade de o fazer e haver condições, pela dimensão da comunidade em causa ou pela dimensão da implantação do PS”, defendeu, acrescentando que, sem este contexto, a realização de primárias não é útil.
Questionado sobre se o modelo de primárias seria viável para a escolha do candidato à Câmara do Porto, o socialista e vereador naquela autarquia lembrou que, em 2013, antes de ter sido escolhido como candidato, propôs à direção nacional do PS que fossem feitas primárias no Porto e tal não foi aceite.
Manuel Pizarro considera, contudo, que tudo depende das circunstâncias de cada momento.
“Neste momento não sei, não tenho opinião sobre isso, eu diria que o que estou mais interessado em ver é como correm as primárias em Vila do Conde. Acho que isso pode ser um ensinamento para o futuro, já não para 2021, claro, mas para o futuro, para se perceber o que é que resulta do ponto de vista do envolvimento dos cidadãos na política, que no fim do dia é disso que se trata. É saber se isto contribui ou não para uma maior participação cidadã na vida política”, concluiu Manuel Pizarro.
Tal como os votantes, também os candidatos a estas eleições podem ser militantes ou simpatizantes do partido, tendo de apresentar as suas candidaturas até 30 dias antes do sufrágio, subscritas por, pelo menos, 75 militantes do PS de Vila do Conde, junto de uma comissão eleitoral independente constituída para o efeito.
Confirmada está já a candidatura do atual presidente da Concelhia do PS de Vila do Conde, Vítor Costa, que quando se propôs assumir o cargo apresentou como condição que o candidato do partido para as eleições autárquicas de 2021 fosse escolhido através deste método.
Para participar nestas eleições primárias, os simpatizantes do PS têm de ser eleitores em Vila do Conde e inscreverem-se através de formulário que está disponível nas plataformas digitais na internet do PS de Vila do Conde ou da Federação Distrital do Porto, podendo, também, fazê-lo nas instalações físicas das duas entidades.
O Partido Socialista governou o município de Vila do Conde entre 1976 e 2017, ano em que o Movimento Independente Nós Avançamos Unidos (NAU), liderado pela atual presidente de Câmara, Elisa Ferraz, venceu as eleições e colocou o PS como a força política da oposição com mais representatividade no concelho.