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Produtores hortícolas da Póvoa de Varzim asseguram abastecimento dos mercados

18 Março 2020
Produtores hortícolas da Póvoa de Varzim asseguram abastecimento dos mercados
Economia
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Os produtores de alimentos hortícolas da Póvoa de Varzim garantiram que continuam a operar sem limitações, assegurando o abastecimento para as necessidades do mercado e dos consumidores, apesar das contingências provocadas pelo coronavírus (Covid-19).
“Os produtos [hortícolas] estão assegurados. Estão na terra, prontos para serem colhidos, e, por enquanto, com pessoas suficientes para trabalhar. Neste setor, o país é autossuficiente e os consumidores podem estar descansados”, afirmou Manuel Silva, presidente da Horpozim, Associação dos Horticultores da Póvoa de Varzim.
O dirigente, que lidera um organismo com um volume de negócios a rondar os 100 milhões de euros, que engloba mais de 600 associados, e que assegura a produção hortícola para todo o país mas também para exportação, garantiu que a principal preocupação se centra na saúde dos agricultores.
“Temos recomendado a todos associados que cumpram as regras da Direção-Geral de Saúde, lembrando que é importante que se mantenham saudáveis para trabalharem numa altura em que Portugal precisa de todos. Pedimos que se resguardem do contacto social e que quando estiverem nas explorações mantenham a distância entre os trabalhadores”, partilhou Manuel Silva.
O líder da Horpozim reconheceu que houve uma quebra no fornecimento de legumes para mercados e feiras, que entretanto estão a ser encerrados ou limitados, mas, por outro lado, assegurou que o negócio se manteve estável com “a crescente procura dos operadores de mercado que trabalham com as grandes superfícies, e até do pequeno comércio local, que têm feito mais encomendas”.
“O nosso maior receio é com os produtos que exportamos para Espanha, nomeadamente para a Galiza, que corresponde a 30% do nosso volume de vendas. Com os constrangimentos de circulação essa fatia poderá vir a ser afetada”, acrescentou o dirigente.
Apesar de ter indicações de que “o vírus não se transmite através dos alimentos, e que sobrevive pouco tempo em superfícies”, o presidente da Horpozim pediu às várias explorações agrícolas que “redobrem os cuidados de higiene”.
“A segurança alimentar está sempre no topo das nossas prioridades, mas pedimos que, nesta fase, tenham ainda mais atenção nesta fase com a higiene nos produtos e das pessoas, percebendo que se sentirem sintomas que se devem afastar das explorações”, vincou.
Por enquanto, Manuel Silva garantiu que não tem havido falta de mão de obra, partilhando que mesmo no caso dos agricultores com filhos que não vão à escola pelo encerramento dos estabelecimentos “estes têm acompanhado os pais nos campos”.
Quanto a produtos e objetos necessários para a atividade das explorações agrícolas, como fatores de produção, adubos, plantas ou produtos fitossanitários, o líder desta associação de horticultores nortenha garante que “não tem havido quebra nas cadeias de fornecimento”.
O coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19 começou na China, em dezembro de 2019, e espalhou-se por mais de 150 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.