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Presidente da Câmara da Trofa pede saída do Governo do ministro “alucinado” do Ambiente

23 Janeiro 2020
Presidente da Câmara da Trofa pede saída do Governo do ministro “alucinado” do Ambiente
Política
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O presidente da Câmara da Trofa pediu nesta quinta feira a “saída” do Governo do ministro “alucinado” do Ambiente, acusando-o de alinhar a extensão do metro do Porto com a sua pretensão a candidatar-se à liderança da câmara daquela cidade.
“João Matos Fernandes, não tendo competências nem conhecendo o país na realidade e estando só a olhar para lóbis, devia era sair do ministério do Ambiente que está a tutelar esta área”, afirmou Sérgio Humberto, defendendo a passagem da tutela dos transportes para o ministério das Infra-estruturas, de Pedro Nuno Santos.
O ministro do Ambiente e Acção Climática afirmou no passado dia 14 de janeiro, em audição parlamentar, comprometer-se a dar indicação, no prazo de uma semana, para um estudo prévio para encontrar uma solução para o fim da linha de comboio da Trofa, o que até à data não se verificou.
Questionado por escrito e verbalmente na terça feira quando compareceu no Porto para participar no anúncio da compra de novas composições para a Metro do Porto, em nenhum dos momentos o ministro respondeu às perguntas.
Sérgio Humberto, presidente da Câmara da Trofa, reagiu ao silêncio do ministro afirmando: “o ministro João Matos Fernandes, para utilizar um termo simpático, é um alienado e um alucinado no Governo”.
“E digo isto, primeiro, porque ele não vive na realidade. Segundo, porque está preocupado em fazer extensões [do metro] na Área Metropolitana do Porto, onde o PS é poder, ou no município do Porto, onde tem intenção de se candidatar à câmara municipal. Terceiro, porque ele não dignifica o cargo que exerce”, acrescentou o autarca da coligação PSD-CDS, que lidera o município da Trofa.
Nesta quarta feira, relembrando ter sido há uns anos “aprovada por todos os partidos na Assembleia da República a vinda do metro até à Trofa”, Sérgio Humberto enfatizou que, “10 dias depois, este ministro, alucinado e alienado da realidade, teve a lata e o descaramento de dizer: “metro até à Trofa, nunca””.
O autarca mencionou depois a extensão da linha para Gondomar, para Vila d’Este e a linha da Póvoa de Varzim como exemplos que “fazem sentido”, para recordar que “na Trofa foi retirado um transporte público, que era o comboio, com o objectivo de instalação do metro, assinado pelo Governo e com fundos comunitários”, compromisso que acusou o governante de, ao “não o respeitar, não honrar a política”.
Em face disto, pediu a “saída de Matos Fernandes do Governo”, ao mesmo tempo que defendeu a passagem da tutela dos transportes para o ministério das Infra-estruturas [e Habitação]”.
“O ministro Pedro Nuno Santos tem outra sensibilidade, é um ministro presente, que conhece Portugal, que sabe dialogar e que não vê só a capital. Como disse anteriormente, os políticos não são todos iguais”, apontou o autarca.
A 14 de julho de 2017, 15 anos depois de ter sido retirado o comboio de via estreita, a Câmara Municipal da Trofa submeteu uma acção contra o Estado Português e contra a Metro do Porto, no Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel, reclamando o não cumprimento da expansão da linha do metro até à Trofa, que estava consagrada no projecto inicial.
Das quatro linhas originárias da primeira fase, projectadas em 1996 no Sistema de Metro Ligeiro da Área Metropolitana do Porto e construídas pela Metro do Porto, só a linha Campanhã/Maia ISMAI/Trofa não foi construída em toda a sua extensão.
Desde Fevereiro de 2002 que o serviço ferroviário na linha da CP da Trofa está encerrado, encerramento justificado, à data, com o argumento de tal permitir a construção da linha do metro, sobre o ramal existente, nomeadamente a ligação da Estação da Trindade, no Porto, à Trofa.
Entretanto, o Ministério do Ambiente revelou que a Metro do Porto está a estudar uma solução para o corredor ferroviário da Trofa, sublinhando ser da área metropolitana a decisão sobre futuros investimentos na expansão da rede. “Tal como foi afirmado no Parlamento, foram dadas indicações à empresa Metro do Porto para a realização de um estudo para o antigo corredor ferroviário da Trofa, que contemple a sua reabilitação física e a eventual instalação de um modo de transporte colectivo”, adiantou o Ministério.