O Presidente da Distrital do PSD do Porto, Sérgio Humberto, afirmou que o país assiste ao “desmantelamento” das forças da segurança e acusou o Ministro da Administração Interna de não ter “poder político”, nem “coragem para tomar medidas”.
“O Ministro [da Administração Interna, José Luís Carneiro] não faz nada, não tem poder político, não tem poder de persuasão, não tem poder de influência, mas, sobretudo, não tem coragem para tomar medidas”, afirmou Sérgio Humberto.
À margem de um debate sobre os desafios da Segurança Interna no distrito do Porto, o Presidente da Distrital do PSD denunciou a falta de medidas por parte do Governo para pôr fim ao que considerou um “desmantelamento” das forças de segurança, nomeadamente, da Polícia de Segurança Pública (PSP) e da Guarda Nacional Republicana (GNR).
“Temos menos pessoas e as pessoas que temos ou estão a fazer serviços administrativos ou estão de baixa por questões de saúde mental. Não existe um apoio efetivo daquilo que é o Estado central às forças de segurança”, referiu, defendendo que se assiste também a um “aumento da perceção de insegurança” no país.
Destacando que a segurança é, a par da educação, da saúde e da justiça, “um pilar fundamental”, Sérgio Humberto acusou o Governo de “empurrar” as responsabilidades para as autarquias e de “assobiar para o lado” nesta matéria.
“Para este Governo, e isto tem persistido ao longo dos tempos, a segurança não é determinante (…) Eles estão a assobiar para o lado neste tema, não querem saber e verdadeiramente, é uma infelicidade para Portugal”, acrescentou o Presidente da Distrital do PSD do Porto, denunciando também a falta de condições e de equipamentos com que as forças policiais se deparam no dia-a-dia.
Para Sérgio Humberto, urge por isso recompensar os agentes de segurança pública, tanto a nível remuneratório, como do “ponto de vista de condições” de trabalho.
“Temos de deixar de ter palavras e passar aos atos. Estou convencido que isto é relativamente fácil, sabemos o caminho, é preciso é trilhá-lo. Há serviços que estão cristalizados e temos de caminhar para um modelo que preste a melhor segurança ao país”, defendeu.
O Presidente da Distrital do PSD do Porto adiantou ainda que deste debate resultarão projetos de resolução que serão, posteriormente, apresentados à Assembleia da República.
No debate, dedicado aos desafios que enfrenta a Segurança Interna, marcaram presença representantes dos sindicatos das forças policiais, como Paulo Santos, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) que denunciou a “falta de negociação”, a “falta de sensibilização política”, mas também a “subordinação às Finanças”.
Também o presidente do Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL), Armando Ferreira, denunciou a falta de elementos policiais na rua.
“Estamos a fazer omeletes sem ovos”, disse, destacando, ainda, que “os quatro pilares fundamentais do país estão doentes”, referindo-se à Segurança, Saúde, Justiça e Educação.
Na sessão marcou também presença o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) e o presidente do Observatório de Segurança Interna.