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Ordem dos Enfermeiros quer centros de parto com especialistas para evitar fecho de urgências

22 Outubro 2022
Ordem dos Enfermeiros quer centros de parto com especialistas para evitar fecho de urgências
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A Ordem dos Enfermeiros insistiu esta terça feira na criação de centros de parto normal junto dos serviços de obstetrícia, integrando enfermeiros especialistas, para garantir acesso a estes cuidados e evitar o fecho de urgências obstétricas.
Em comunicado, a Ordem dos Enfermeiros lembra as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e sublinha que “a maioria dos partos normais é realizada por Enfermeiros Especialistas”, que já estão “habilitados técnica e cientificamente” com as competências que decorrem da legislação existente.
“Este modelo permitiria que os hospitais com centros de parto normal – conceito que consta de um documento emanado pela OMS em 1996 – necessitassem de menos médicos de apoio à sala de partos, libertando também médicos e enfermeiros de família das consultas de gravidez”, considera a Ordem dos Enfermeiros.
Com esta solução, sublinha, “haverá uma rentabilização dos recursos humanos e fica claro que os encerramentos, a acontecerem, são apenas uma decisão política, de restrição do acesso à Saúde, um direito consagrado constitucionalmente”.
Segundo notícias avançadas na semana passada pela imprensa, o grupo de peritos encarregado de propor uma solução para as urgências de obstetrícia e blocos de partos nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) sugeriu ao Governo a concentração das urgências de ginecologia e obstetrícia dos hospitais de Famalicão, Póvoa de Varzim, Guarda, Castelo Branco, Vila Franca de Xira e Barreiro.
Depois disso, o Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, veio afirmar que até ao final do ano o Governo não irá fechar nenhum serviço de obstetrícia nem blocos de partos nos hospitais do SNS e que só no início de 2023 haverá decisões sobre esta matéria.
Também na semana passada, a Associação Portuguesa pelos Direitos da Mulher na Gravidez e Parto escreveu uma carta aberta ao Governo a alertar para as consequências do fecho de maternidades, como a sobrecarga dos locais que persistirem e o aprofundamento das “assimetrias socioeconómicas”.
“Compreendendo a lógica de se concentrarem recursos, gostávamos, no entanto, de desafiar a tutela a considerar outras soluções”, lê-se na carta.
Para a Ordem dos Enfermeiros, a solução está na criação de mais centros de parto normal, junto dos serviços de obstetrícia, integrando Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica (EEESMO), garantindo assim a acessibilidade aos cuidados de saúde materna e obstétrica.