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Matosinhos classifica como monumento ou conjunto de interesse municipal quatro espaços

24 Outubro 2022
Matosinhos classifica como monumento ou conjunto de interesse municipal quatro espaços
Cultura
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A Câmara de Matosinhos classificou como monumento ou conjunto de interesse municipal quatro espaços incluindo a antiga Fábrica de Tecidos de Seda, onde atualmente funciona o Centro Empresarial da Lionesa, segundo publicações na passada sexta feira em Diário da República (DR).
Além da antiga fábrica localizada em Leça do Balio, foram também confirmadas as classificações do Palacete do Godinho, localizado na avenida D. Afonso Henriques, da Casa de Eduardo de Sousa Guimarães, ambas localizadas no centro deste concelho do distrito do Porto, bem como da Casa de Moleiro, uma casa de lavoura situada em Angeiras de Cima, na freguesia de Lavra.
Sobre a antiga Fábrica de Tecidos de Seda da Lionesa, que foi classificada como conjunto de interesse municipal, é descrito em documentação da autarquia publicada no seu ‘site’ oficial, que “é de relevar a importância da empresa na história da atividade industrial no país.
“Este conjunto industrial é parte de um processo de construção da identidade de Leça do Balio, sendo também de valorizar dentro de um contexto cultural o seu recente processo de transformação e de reutilização”, lê-se na documentação assinada pela Comissão do Património Arquitetónico e Histórico de Matosinhos.
A comissão recorda igualmente que esta fábrica está inserida num local de interesse histórico, dada a proximidade com o Mosteiro de Leça do Balio, local onde se “hospedaram reis e rainhas, clérigos e peregrinos até 1834”.
A antiga Fábrica das Sedas é ocupada, desde 2002, pelo Centro Empresarial da Lionesa que reúne centenas de empresas de serviços, comércio, lazer e tecnologia.
Paralelamente, também foi publicada em Diário da República (DR) a classificação como monumento de interesse municipal do Palacete de Godinho, uma classificação que visa “o reconhecimento do interesse relevante deste imóvel na história da construção da cidade de Matosinhos, nas múltiplas dimensões da sua identidade, e nas suas relações contíguas, próximas e distantes”.
“Tem um valor como testemunho de construção social e, ao mesmo tempo, como de elemento estruturante da morfologia da cidade, indissociável do traçado da Rua do Godinho”, lê-se na fundamentação.
A classificação abrange os pavilhões anexos e jardins, os muros que ladeiam o edifício, portões e escadarias exteriores.
Quanto à Casa do Moleiro, localizada entre as ruas 3 de Maio e da Cruz, em Lavra, na base da classificação está o facto de esta ser “um belo exemplar” de casa de lavoura, com as características próprias deste tipo de casa, muito comum numa vasta região litoral entre o Douro e o Ave, denominada de Terras da Maia.
Na fundamentação sobre esta classificação, a autarquia sublinha como objetivo estimular a preservação das restantes casas de lavoura que conformam o Lugar de Angeiras de Cima, sendo que algumas destas sofreram já intervenções “descuidadas”, mas ainda reversíveis, que resultaram em descaracterizações de maior ou menor relevância.
Soma-se a classificação da Casa de Eduardo de Sousa Guimarães, uma casa de “desenho eclético”, como se lê na descrição da Comissão do Património Arquitetónico e Histórico de Matosinhos, cuja “importância para Matosinhos advém da erudição da sua origem que a distingue das suas contemporâneas casas de brasileiro, dos palacetes e das casas imponentes com as suas cantarias, nos quais se reconhece valor patrimonial, mas que não possuem a mesma dimensão cultural como obra de arquitetura”.