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Galiza cria ligação fluvial para peregrinos de Santiago entre Caminha e A Guarda

16 Abril 2022
Galiza cria ligação fluvial para peregrinos de Santiago entre Caminha e A Guarda
Cultura
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O novo serviço de transporte náutico no rio Minho, destinado a peregrinos dos Caminhos de Santiago de Compostela, vai começar a operar, ligando Caminha, no Alto Minho, e A Guarda, na Galiza, e vice-versa.
“São duas embarcações, uma delas elétrica, para transportar peregrinos entre a estação marítima A Pasaxe, em Camposancos, A Guarda, e, em parceria com a Câmara de Caminha e o Sporting Clube Caminhense, para a utilização do seu cais de atracagem”, explicou Manuel Soliño.
Em declarações, a propósito da apresentação do novo serviço, designado, Xacobeo Transfer, um projeto da Junta da Galiza, o presidente da Associação Galega de Atividades Náuticas (AGAN) explicou que o transporte tem horários fixos, em A Guarda às 08:00 (hora espanhola) e, em Caminha, 07:30 (hora portuguesa)”.
“[Para que] todos os dias os peregrinos tenham uma solução de transporte segura, que podem reservar previamente e saibam quanto custa”, especificou o presidente da AGAN que executa o projeto da Junta da Galiza, com quem estabeleceu um protocolo de colaboração.
As duas embarcações, com seis metros de comprimento e capacidade para transportar sete peregrinos, começam a operar provisoriamente até estar concluído.
“A embarcação elétrica, que vai começar a fazer o serviço a partir de domingo, vai servir para avaliar se a navegação elétrica funciona bem no rio Minho”, explicou.
O teste com a embarcação elétrica vai ser importante para um novo barco, totalmente elétrico, com nove metros de comprimento, que estará pronto dentro de três meses.
“Com a utilização deste barco elétrico mais pequeno, vamos estudar e dimensionar a futura embarcação para em caso de mau tempo, e, se for necessária mais potência de motor, estar preparada para responder a essa situação”, explicou.
O novo barco terá capacidade para transportar 12 pessoas e seis bicicletas, para os peregrinos que percorram o Caminho de Santiago de Compostela com aquele meio de transporte.
O Caminho Português da Costa tem 138 quilómetros de extensão e atravessa os concelhos do Porto, Matosinhos, Maia, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Esposende, Viana do Castelo, Caminha, Vila Nova de Cerveira e Valença.
Em fevereiro, e em Ano Jacobeu, o Governo de Portugal certificou aquele percurso pelo “elevado valor patrimonial dos traçados históricos entre o Porto e Viana do Castelo”, e pela “autenticidade e integridade do itinerário, densidade do património edificado e beleza paisagística da envolvente”.
Segundo Manuel Soliño, o serviço não se esgota no transporte de peregrinos, para dinamizar o Caminho Português da Costa para Santiago de Compostela, mas pretende também garantir a mobilidade entre as duas localidades vizinhas.
“Por exemplo, quem da Galiza queira percorrer a ciclovia europeia, que atravessa toda a costa norte de Espanha, e que passa por A Guarda, pode chegar a Portugal através deste novo serviço de transporte náutico”, explicou.
O início do novo serviço de transporte náutico “é a primeira fase”, do projeto que “queria começar a operar durante a Semana Santa”.
“Mas, dentro de três meses, já teremos a embarcação nova e uma estação de mobilidade terrestre em Camposancos”, sublinhou.
A futura estação de mobilidade terrestre terá, para aluguer, bicicletas elétricas, com um ou três lugares, e patins, para que os turistas possam visitar as regiões por onde passam, sem utilizar meios de transportes que utilizem combustíveis.
Nas três fases do projeto, a Junta da Galiza investiu 150 mil euros.
Para o presidente da AGAN, “é importante que, no futuro, Caminha também criasse uma estação de mobilidade terrestre. Nesta altura, Caminha já disponibiliza algumas bicicletas, mas o objetivo era termos uma oferta conjunta”, observou, afirmando estar disponível para colaborar com as autoridades de Caminha para desenvolver o projeto do lado português.