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Estudo diz que oito dos 10 problemas globais que mais preocupam os portugueses são ambientais

19 Outubro 2021
Estudo diz que oito dos 10 problemas globais que mais preocupam os portugueses são ambientais
Cultura
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A pobreza extrema no mundo é a principal preocupação dos portugueses, mas entre os 10 problemas globais que mais preocupam, oito estão relacionados com questões ambientais, segundo o relatório ‘Healthy & Sustainable Living’, hoje divulgado.
Em Portugal, o nível de preocupação com os assuntos relacionados com o ambiente é, em geral, superior à média global dos restantes países analisados, num total de 30.
Se no conjunto dos mercados alvo do estudo a pandemia provocada pela Covid-19 surge destacada como a principal preocupação invocada, quando se pergunta a gravidade dos problemas globais, em Portugal é apenas o 12.º tema mencionado, por exemplo atrás da exploração dos recursos naturais, das alterações climáticas, da poluição da água e da sua escassez, da poluição do ar, dos resíduos plásticos descartáveis ou da falta de acesso a cuidados de saúde.
Segundo o mesmo inquérito, os portugueses consideram-se envolvidos na preservação ambiental e manifestam atitudes ambientais positivas, mais do que se verifica na média dos restantes países considerados, embora quase metade acredite que as pessoas, individualmente, não podem fazer muito para salvar o ambiente e existe um sentimento de impotência no que toca às ações individuais.
Apesar dessa perceção, 83% dos portugueses inquiridos entendem que é necessário consumir menos para preservar o meio ambiente para as gerações futuras, 82% querem reduzir muito o impacte que têm sobre a natureza e 75% responderam estarem a fazer o que podem para proteger o meio ambiente.
A Geração Z, entre os 18 e os 24 anos, é a que se sente mais culpada pela pegada ecológica (58%) e é também a que se sente melhor sobre o seu comportamento relativo à reciclagem.
De acordo com o mesmo documento, os portugueses manifestam-se dispostos a mudar para estilos de vida mais saudáveis e sustentáveis, mas Portugal está abaixo da média global nessa aspiração relativamente tanto a uma vida mais saudável (51%), como para uma mudança mais amiga do ambiente (40%) ou quanto a uma postura que seja mais útil aos outros (38%).
Embora a maioria dos inquiridos nacionais tenha respondido que pretende mudar de forma significativa o seu estilo de vida, no último ano as grandes alterações operadas não são tão significativas, tendo 18% feito mudanças com vista a uma vida mais saudável e 15% mudado comportamentos para serem mais ambientalmente responsáveis.
As alterações motivadas pela saúde são uma prioridade evidenciada transversal às diferentes faixas etárias, mas é a Geração Z e as mulheres que apresentam um desejo mais vincado para mudar o estilo de vida.
Entre os comportamentos quotidianos sustentáveis, 85% dos inquiridos responderam que utilizam os seus próprios sacos para fazer compras, 61% evitam comprar produtos que prejudicam o meio ambiente, 57% evitam itens de plástico não reutilizáveis e 54% procuram não comprar produtos com muita embalagem.
Questionados sobre a confiança nas organizações, quem respondeu ao inquérito em Portugal confia mais nas empresas nacionais do que nas globais e as instituições científicas e académicas são as que merecem maior credibilidade.
O relatório ‘Healthy & Sustainable Living’, com uma periodicidade anual, inclui pela primeira vez os dados de Portugal, resultado da parceria entre a consultora Natural Business Intelligence e a multinacional GlobeScan.
No país, a auscultação aos cerca de mil participantes, de diferentes gerações, com rendimentos diversos e residentes em cidades, vilas e aldeias, foi feita ‘online’ em junho e julho de 2021.
Os promotores do estudo ‘Healthy & Sustainable Living’ sublinham que o documento “ajudará a identificar formas de colmatar o fosso entre o desejo das pessoas de viverem de forma mais sustentável e as medidas concretas através das quais as marcas e a sociedade civil podem ajudá-las nesse sentido”.