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Festival de Teatro de Expressão Ibérica já abriu e circula entre Internet e salas a Norte de Portugal

1 Maio 2021
Festival de Teatro de Expressão Ibérica já abriu e circula entre Internet e salas a Norte de Portugal
Cultura
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A 44.ª edição do Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI) arranca em formato híbrido, entre apresentações ‘online’, via Internet, e presenciais, que vão do Porto à ‘estreante’ Viana do Castelo.
Depois de ter sido suspenso em 2020, devido à pandemia de Covid-19, o FITEI, que decorre de 1 a 16 de maio, em Viana do Castelo, Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos e Viseu, apresenta-se com uma forte componente digital, com 14 espetáculos presenciais e 10 ‘online’, entre os quais sete estreias absolutas e sete nacionais, além de um quadro de palestras e oficinas.
Viana do Castelo recebe várias das estreias internacionais presenciais, que depois circulam até ao Porto, Gaia ou Matosinhos, onde se concentram produções nacionais e segundas apresentações, a que se soma um programa FITEI Digital, com algumas propostas gratuitas e outras mediante compra de bilhete.
Em palco, ao vivo, a programação arranca no Teatro Municipal Sá de Miranda, em Viana do Castelo, e logo pela manhã, às 11:00, com “Qué locura enamorarme yo de tí”, que junta um texto da escritora e jornalista peruana Gabriela Wiener, em palco, à encenação de Mariana de Althaus.
No espetáculo, que passa por Matosinhos, no dia 7 de maio, o público “vê nascer o messias do poliamor numa piscina insuflável”. Uma “inesperada ‘crise de casais’ – assim, no plural, já que a autora pertence a dois – estala em plena fase pós-parto com um bebé de meses coletivizado, na primavera do amor livre”, lê-se na sinopse.
No digital, começam hoje duas propostas relacionadas com o ambiente e o mundo vegetal.
A primeira é a estreia nacional do espetáculo chileno “Estado Vegetal”, um “monólogo polifónico, ramificado, exuberante, repetitivo, divisível e séssil” de Manuela Infante a partir do pensamento de Michael Marder ou Stefano Mancuso.
A outra é “Selva Coragem”, uma instalação e ‘performance’ do Teatro do Frio, de acesso gratuito até ao fim do festival, dia 16 de maio, numa criação interdisciplinar dirigida por Catarina Lacerda e Rodrigo Malvar.
Na manhã de domingo, estreia-se outra produção em Viana, “Santa Inés”, da galega Inés Salvado, que será apresentada também em Vila Nova de Gaia, no dia 9 de maio.
Já em “Amarillo”, apresentado no Teatro Carlos Alberto, de 4 a 6 de maio, a companhia mexicana Línea de Sombra reflete sobre as fronteiras – físicas e mentais – que separam o México dos EUA.
A sustentabilidade na esfera da intimidade, do corpo e dos afetos é abordada pela brasileira Renata Carvalho em “Manifesto transpofágico”, obra na qual a atriz, encenadora e dramaturga usa o seu corpo como cobaia na experimentação, de 14 a 16 de maio, no FITEI Digital, à semelhança do premiado “Stabat Mater”, de Janaína Leite, de 6 a 8 deste mês.
O argentino Sergio Boris construiu “Artaud”, apresentado ‘online’, de 8 a 10, a partir de cartas de Antonin Artaud ao psiquiatra, enquanto o Teatro Experimental do Porto apresenta “O Dia Da Matança Na História de Hamlet”, de Bernard-Marie Koltès, de forma gratuita, no dia 8, também na Internet.
Na Internet, estreia-se “Reconciliação”, no dia 10, um espetáculo concebido por Patrícia Portela, que lança o livro “Hífen”, no festival, com Alexandre Dal Farra, encenando “um combate entre dois seres humanos que não tem fim”, para refletir sobre o encontro entre Portugal e Brasil, um negro e um branco, o passado, a Europa e a América, o progresso e o clima, um homem e uma mulher.
Nos dias 7 e 8, Joana Craveiro recoloca em cena, no Teatro Carlos Alberto, “Um Museu Vivo de Histórias Pequenas e Esquecidas”, um “espetáculo-reconstituição de mais de 80 anos da recente história política portuguesa”, um projeto do Teatro do Vestido.
Eduardo Breda e Joana de Verona estreiam “Mappa Mundi”, dias 12 e 13 de maio, na Mala Voadora, espaço que acolhe uma produção própria desta companhia, “inFausto”, na segunda e terça feira, dias 3 e 4 de maio.
Na programação, nota para a estreia de novos espetáculos das companhias Teatro do Ferro, em parceria com o Teatro de Marionetas do Porto, Hotel Europa e A Turma, de Tiago Correia, uma ‘performance’ de Marcela Lucatelli e “Luto”, de André Braga e Cláudia Figueiredo.