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Rui Moreira só se pronuncia sobre a refinaria da Galp depois de falar com autarca de Matosinhos

23 Fevereiro 2021
Rui Moreira só se pronuncia sobre a refinaria da Galp depois de falar com autarca de Matosinhos
Política
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O Presidente da Câmara do Porto afirmou esta segunda feira que só se pronuncia sobre o encerramento da refinaria da Galp, em Matosinhos, depois de falar com a presidente desta autarquia e “conhecer com mais rigor” os planos da Petrogal.
“Estou à espera de falar com a Presidente da Câmara de Matosinhos acerca desta matéria antes de me pronunciar sobre o assunto e também de conhecer em mais rigor aquilo que a Petrogal lá pretende fazer”, afirmou o independente Rui Moreira.
O Presidente da autarquia, que respondia a uma questão levantada pelo deputado Rui Sá, da CDU, durante a Assembleia Municipal do Porto, lembrou, no entanto, que “os munícipes de Matosinhos andaram durante anos a pedir o encerramento da refinaria”.
“Tendo eu muito respeito naturalmente pela questão dos trabalhadores, é verdade que não posso tomar uma posição fora daquilo que é o pensamento da Presidente da Câmara de Matosinhos sobre esta matéria, bem como da Área Metropolitana do Porto (AMP) e também perceber o que lá se vai fazer”, referiu Rui Moreira.
Os trabalhadores da refinaria da Galp em Matosinhos, que deverá encerrar até ao final do ano, vão protestar em frente à Câmara do Porto esta quinta feira, dia 25 de fevereiro.
A concentração, que compreende a realização de um plenário de trabalhadores, está agendada para às 14:30, em frente à Câmara Municipal do Porto, disse Telmo Silva, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente (SITE) do Norte e da Comissão de Trabalhadores.
O sindicalista explicou que o objetivo é “ouvir” o Presidente da Câmara Municipal do Porto, o independente Rui Moreira, sobre o fecho do complexo petroquímico que vai afetar não só o concelho de Matosinhos, onde está sediada, mas toda a região norte.
“Já pedimos reunião com o Presidente Rui Moreira e, até agora, nada. Está calado sobre o assunto”, afirmou Telmo Silva.
Telmo Silva criticou o facto de o independente ainda não ter defendido publicamente a refinaria, sendo ele um “defensor do Norte”.
A Galp anunciou em dezembro de 2020 a intenção de concentrar as suas operações de refinação e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines e descontinuar a refinação em Matosinhos este ano.
A decisão põe em causa 500 postos de trabalho diretos e 1.000 indiretos, conforme estimativas dos sindicatos.
Telmo Silva adiantou que a empresa continua sem dar respostas aos trabalhadores, nem a apresentar soluções.
“Ainda não apresentou qualquer plano até ao momento”, acrescentou.
Depois de um plenário de trabalhadores junto à Câmara Municipal de Matosinhos, a 12 de janeiro, estes manifestaram-se a 2 de fevereiro em frente à sede da Galp e à residência do Primeiro-Ministro, António Costa, em Lisboa.
O Estado é acionista da Galp, com uma participação de 7%, através da empresa Parpública.