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Serviços Veterinários de Vila do Conde acolhem quatro animais dos abrigos ilegais em Santo Tirso

22 Julho 2020
Serviços Veterinários de Vila do Conde acolhem quatro animais dos abrigos ilegais em Santo Tirso
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O total de animais mortos no incêndio de sábado em Santo Tirso subiu de 54 para 73, após terem sido encontrados cadáveres de mais 17 cães e dois gatos, revelou ontem a autarquia tirsense.
Fonte da autarquia disse que, a este acréscimo de 19 animais mortos há ainda a registar o resgate de vários animais perdidos, três dos quais pela brigada municipal que na segunda feira esteve, com essa missão, a percorrer a envolvente aos abrigos ilegais que acolhiam cães e gatos naquele concelho.
“As equipas continuaram no terreno e, durante as operações de resgate de animais perdidos, constatou-se que o incêndio vitimou um total de 69 cães e quatro gatos”, referiu a mesma fonte do município que no domingo registou a morte de 54 animais (52 cães e dois gatos).
A mesma fonte não soube atualizar o número total de animais resgatados a somar aos 190 recolhidos pela autarquia no domingo, uma vez que três foram acolhidos pela autarquia, mas outros foram recuperados por populares.
No canil municipal de Santo Tirso estavam, ontem, três animais, depois de ali terem sido acolhidos 16, revelou a fonte da autarquia.
Entre esses 16, seis foram transferidos para Valongo, quatro para Vila do Conde e três para uma associação, disse.
Os Serviços Veterinários da Câmara de Vila do Conde receberam quatro animais que foram resgatados do incêndio num abrigo ilegal em Santo Tirso.
Fonte dos Serviços Veterinários da Câmara de Vila do Conde diz que foram acolhidos quatro animais, “2 fêmeas e 2 machos, com sarna generalizada, cheios de parasitas externos e internos, muito magros e extremamente assustados”.
Os quatro animais recolhidos “já iniciaram todos os tratamentos e quando recuperados serão vacinados, identificados eletronicamente, esterilizados e encaminhados para adoção responsável”, diz a mesma fonte dos Serviços Veterinários da Câmara de Vila do Conde.
Numa visita feita ao canil municipal na manhã desta segunda feira, o presidente da autarquia tirsense, Alberto Costa, alertou que os juristas municipais sustentam que a Câmara “não é responsável” pelos abrigos ilegais.
“A responsabilidade de licenciamento e encerramento destes espaços é da DGAV [Direção-Geral de Alimentação e Veterinária]. O Ministério Público e outros inquéritos e investigações vão encontrar relatórios do veterinário municipal [suspenso na segunda feira], representante da DGAV, enviados a nível superior sobre o que se estava a passar”, afirmou Alberto Costa.
Alberto Costa suspendeu na segunda feira o veterinário municipal a quem atribuiu, juntamente com a DGAV, a responsabilidade pela morte de animais acolhidos em abrigos ilegais, na sequência de um incêndio.
Adiantando ter chamado a si “todo o processo relacionado com o abrigo dos animais”, Alberto Costa mostrou-se disponível para colaborar com o Ministério Público nas averiguações e alertou “não caber à autarquia fechar canis”.
“Isso é competência da DGAV. As Câmaras Municipais só podem agir quando notificadas pela DGAV, o que não aconteceu”, sublinhou Alberto Costa.
O Ministério da Agricultura, que tutela a DGAV, revelou na segunda feira que os abrigos já tinham sido alvo de “contraordenações e vistorias” de “várias entidades fiscalizadoras”.
De acordo com o Ministério, os dois abrigos “não têm qualquer registo na DGAV”.
Questionado sobre o facto de o mato ao redor do abrigo não ter sido limpo, o presidente do município tirsense imputou a responsabilidade aos proprietários do abrigo, acrescentando que a autarquia “nunca deu parecer positivo para o seu licenciamento”.
O Ministro da Administração Interna determinou na segunda feira a abertura de um inquérito à atuação da GNR e da Proteção Civil no incêndio.
Segundo a GNR, a morte dos animais no incêndio não se deveu ao facto de ter impedido o acesso de populares ao local, mas à dimensão do fogo e à quantidade de animais.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciou a abertura de um inquérito do Ministério Público ao caso.
A morte de 69 cães e quatro gatos carbonizados em Santo Tirso motivou reações dos partidos políticos, com PAN, BE e PCP a exigirem explicações ao Governo.