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Comunidade Chinesa de Vila do Conde reabre armazéns com “otimismo” na retoma do negócio

1 Junho 2020
Comunidade Chinesa de Vila do Conde reabre armazéns com “otimismo” na retoma do negócio
Economia
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Os comerciantes chineses radicados em Vila do Conde, que compõem uma das maiores comunidades chinesas país, estão gradualmente a retomar a sua atividade, mostrando “otimismo” na retoma dos negócios, também afetados pela pandemia de Covid-19.
Grande parte da atividade comercial desta comunidade asiática está concentrada na Zona Industrial da Varziela, na zona centro do concelho vilacondense, onde os armazéns grossistas estão a implementar várias medidas segurança para recuperar a confiança dos clientes.
“Apesar de ser aos poucos, já se vê que muitas lojas estão a abrir, e penso que daqui para frente o número vai aumentar. Ainda há algum receio, mas temos força e vontade de voltar a trabalhar, respeitando a lei”, partilhou Hau Chen, proprietário de um armazém de calçado e de uma agência de viagens no local.
O comerciante vincou o investimento feito na adaptação das lojas para as novas regras de higiene e segurança exigidas pela lei, lembrando que a comunidade chinesa cedo percebeu a gravidade da situação causada pela pandemia.
“Pelas experiências relatadas pelos nossos familiares na China, a comunidade aqui em Vila do Conde decidiu fechar as lojas e os armazéns ainda antes de ser decretado o Estado de Emergência em Portugal. Tivemos logo a iniciativa de nos protegermos e ficar isolados em casa”, partilhou Hau Chen.
O empresário considerou que essa ação preventiva contribuiu “para que não houvesse casos de contágio de Covid-19 na comunidade chinesa no norte de Portugal”, garantindo, também, que não se sentiu discriminação pelo facto do vírus ter alastrado a partir da China.
“Vivo em Portugal desde a minha infância, e tenho cá muitos amigos que me telefonaram regularmente a perguntar se estava tudo bem comigo e com a família. Nunca senti discriminação”, assegurou Hau Chen.
Hau Chen manifestou a “gratidão aos portugueses pela forma como nos últimos anos aceitaram e acolheram a comunidade chinesa no país”, garantindo que as doações de materiais de proteção a instituições de solidariedade social “vão continuar a ser feitas a todos os que precisarem”.
Na sua atividade profissional, nomeadamente na agência de viagens, que trabalha essencialmente com cidadãos chineses, Hau Chen prevê uma “retoma mais lenta”.
“Fomos muito afetados pela crise. Ainda não há voos para a China, mas temos de continuar a servir os nossos clientes, assistindo quem está em viagem e reagendando voos e propondo soluções para o futuro. Há muita vontade de voltar a casa, mas a segurança está em primeiro lugar”, vincou Hau Chen.
Em Vila do Conde vivem e trabalham mais de 1.500 cidadãos chineses, a maior parte deles com atividade comercial na Zona Industrial da Varziela, na freguesia vilacondense de Fajozes, onde gerem cerca de 200 armazéns, naquele que é considerado o maior centro empresarial chinês em Portugal.