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Jerónimo de Sousa diz que 850 ME para Novo Banco resolvia metade dos problemas sociais

25 Maio 2020
Jerónimo de Sousa diz que 850 ME para Novo Banco resolvia metade dos problemas sociais
Política
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O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP) disse hoje que os 850 milhões de euros transferidos recentemente para o Novo Banco davam para “resolver metade dos problemas sociais que neste momento existem”.
“Tantas vezes nos dizem que não há dinheiro para acudir aos problemas dos trabalhadores e do nosso povo, mas a verdade é que nunca falta para acudir à banca, como aconteceu há dias, com a transferência para o Novo Banco de mais de 850 milhões de euros”, apontou Jerónimo de Sousa num discurso no largo do cemitério de Baleizão, concelho de Beja, após uma homenagem a Catarina Eufémia, assassinada há 66 anos pelas forças do regime fascista.
O líder comunista apelidou a situação de “inaceitável” e sublinhou que a resolução dos problemas sociais não é concretizada porque “a preferência foi injetar mais 850 milhões de euros na banca”, aproveitando para voltar a apelar para que se “inicie de imediato a integração do banco na esfera pública”, conforme proposto num projeto de lei apresentado pelo PCP, na Assembleia da República.
Perante cerca de meia centena de militantes, estrategicamente colocados à distância recomendada pelas normas da Direção-Geral da Saúde (DGS) para o combate à pandemia da Covid-19, Jerónimo de Sousa aproveitou, também, para criticar “os grandes interesses do capitalismo reinante” que acusou de desencadear a “ação terrorista contra as iniciativas da CGTP e do 1.º de maio”.
“Não foi inocente, nem a sua preocupação era ou é a saúde dos trabalhadores. Se tivessem nas suas empresas, onde se nota as consequências do surto epidémico, cumpram as normas de segurança e higiene, as condições sanitárias lá nas empresas, nos locais de trabalho, e teriam fortes razões para se preocupar tendo em conta a situação”, atirou o líder do PCP, em alusão ao surto de Covid-19 no que, segundo o balanço de sexta feira, afetava já 81 trabalhadores de três empresas do polo industrial da Azambuja.
Jerónimo de Sousa insistiu que “não é por razões sanitárias” que não queriam “que se comemorasse o 25 de abril, que maio fosse uma jornada de luta ou que se realizasse a festa do Avante!”, em setembro.
“É porque à sombra do vírus, que mata e preocupa tantos portugueses legitimamente, querem que, em silêncio, se liquidem centenas de milhares de postos de trabalho, que se desregulamente os direitos dos trabalhadores e o direito a ter direitos, que ameaça hoje tantos e tantos”, referiu.
A finalizar, Jerónimo de Sousa voltou a apontar a ‘mira’ às “empresas com lucros milionários” para as quais se transferem “milhares de euros públicos” e tocam “insistentemente o riscado disco das necessidades e dos sacrifícios”.
“Muitas delas são grandes empresas multinacionais. São as grandes empresas que beneficiaram de mais de 50% do expediente de ‘lay-off’. É para fazer frente a esta situação que o PCP, entendendo o sentimento, necessidade e aspirações dos trabalhadores e do povo, procurou por todos os meios reclamar a resolução dos seus problemas, assumindo uma atitude proposta no quadro da Assembleia da República com esse objetivo”, concluiu Jerónimo de Sousa.