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Investimento de 2,5 ME para dragar portos de pesca da Póvoa de Varzim e Vila do Conde

18 Setembro 2019
Investimento de 2,5 ME para dragar portos de pesca da Póvoa de Varzim e Vila do Conde
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A ministra do Mar anunciou um plano de dragagens para os portos de pesca da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde, que contempla um investimento de 2,5 milhões de euros nos próximos três anos.
Ana Paulo Vitorino explicou que o plano vai ser posto em prática entre 2020 e 2022 e que prevê retirar das duas infraestruturas portuárias do distrito do Porto um total de 450 mil metros cúbicos de inertes, de forma a combater o recorrente problema do assoreamento.
“Não quer dizer que seja um investimento maior, mas sim um plano mais racional e programado de acordo com as necessidades que já sabemos quais são”, explicou a governante, na Póvoa de Varzim, à margem da assinatura do auto de consignação da empreitada de dragagem da barra do rio Ave, em Vila do Conde.
A Ministra do Mar lembrou que para o esboço deste plano plurianual de dragagens foi efetuado “um estudo com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil cruzado com a sensibilidade das comunidades piscatória locais”, de forma a ser apurada uma ideia mais concreta sobre a evolução dos assoreamentos.
“Com isso podemos planear as operações e lançar os concursos com períodos mais alargados, para que as intervenções sejam feitas quando necessário, evitando atrasos e adiamentos. É algo que já pensávamos há alguns anos e que será uma grande evolução para encararmos o problema”, disse Ana Paula Vitorino.
No imediato, arranca uma intervenção de manutenção na barra e canal do porto de pesca de Vila do Conde, que vai dragar 25 mil metros cúbicos de areias do local, numa operação que teve um investimento de 150 mil euros e que vai durar cerca de duas semanas.
Em curso está no porto de pesca da cidade vizinha da Póvoa de Varzim uma outra intervenção, avaliada em 500 mil euros, que pretende retirar cerca de 100 mil metros cúbicos de inertes na entrada e interior da infraestrutura portuária.
Satisfeito com estas intervenções, e com o plano esboçado para os próximos três anos, mostrou-se José Festas, presidente da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar.
“Precisávamos destas dragagens para a segurança dos pescadores. Era uma necessidade para que os barcos possam entrar e sair dos portos sem problemas e sem condicionalismos”, disse o dirigente.
Nesta cerimónia, que decorreu na sede da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar, na Póvoa de Varzim, não marcou presença a presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde, Elisa Ferraz, como forma de protesto por a mesma não ter acontecido no seu concelho.
“Um ato de tão importante relevância para a segurança dos pescadores deste município e demais utilizadores só poderia ocorrer em Vila do Conde, num ato concertado entre o Ministério do Mar e a Câmara Municipal, intervenientes diretos neste processo”, pode ler-se numa nota enviada por autarquia vila-condense.
Confrontada com esta posição de Elisa Ferraz, a Ministra do Mar lembrou que a intervenção no porto de pesca de Vila do Conde “é uma obra da Direção-Geral de Recursos Naturais e financiada pelo Estado”.
“É natural que queiram chamar a si os méritos das coisas, mas esta é uma cerimónia da Direção-Geral de Recursos Naturais e do ministério do Mar que poderia acontecer em qualquer lado. A Associação fez o desafio que fosse na sua sede, e aceitei porque é uma entidade que defende os interesses dos profissionais do setor e a sua segurança”, disse Ana Paulo Vitorino.
Já José Festas, presidente Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar, considerou que a autarca de Vila do Conde teve “uma grande indelicadeza com os pescadores”.
“Não fiquei incomodado com a sua ausência, mas sim com a comunicação que a Câmara fez. Esta atitude foi uma grande indelicadeza com os pescadores, nomeadamente os que pertencem à associação, e que a grande parte são de Vila do Conde”, desabafou José Festas.