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Câmara de Vila do Conde garante retaguarda a trabalhadoras despedidas da conserveira Gencoal

26 Março 2024
Câmara de Vila do Conde garante retaguarda a trabalhadoras despedidas da conserveira Gencoal
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A Câmara de Vila do Conde garantiu hoje “retaguarda social dada pelos serviços municipais” no apoio às 97 trabalhadoras despedidas da fábrica de conservas Gencoal, localizada em Caxinas.
“Demos conta aos sindicatos e às trabalhadoras de que não estão sós. Têm da parte da Câmara uma retaguarda social que cuidará, certamente, dos casos mais emergentes. No imediato, vamos saber quem são estas trabalhadoras, a sua idade e condição social. Colocaremos todos os serviços municipais ao serviço destas trabalhadoras”, garantiu Vítor Costa, presidente da autarquia vila-condense.
Vítor Costa, que esteve hoje reunido com representantes das trabalhadoras, sindicatos e do Instituto de Emprego e Formação Profissional, confessou estar “muito preocupado com a situação”, mas ainda esperançado numa solução.
“É algo que terá certamente um grande impacto social nesta nossa região, mais concretamente em Caxinas e da Poça Barca. Em conjunto, vamos trabalhar para procurar mitigar uma situação. Felizmente, percebemos que ninguém está só, antes pelo contrário, vamos encontrar respostas”, completou.
O presidente da Câmara de Vila do Conde confessou que foi surpreendido com o despedimento destas 97 trabalhadoras, que representa cerca de um terço da força de trabalho total da empresa, partilhando que os planos da administração até eram aumentar o investimento na unidade fabril.
“Ainda há poucas semanas, a empresa, numa reunião aqui na Câmara mostrou uma grande vontade de reinvestir em Vila do Conde. Quando recebemos esta notícia [dos despedimentos, através da comunicação social], ficamos extremamente surpreendidos”, afirmou.
Vítor Costa revelou que, desde então, não teve mais contactos com os responsáveis da Gencoal, mas mostrou-se disponível para “fazer pontes de entre os sindicatos, representantes dos trabalhadores e a empresa”.
“A Câmara Municipal também se preocupa com o investimento em Vila do Conde e com as próprias empresas, e apesar não gostarmos destas decisões, temos de respeitar. Não tenho qualquer sinal ou indício de que Gencoal se prepare para desmantelar ou deslocalizar a atividade de Vila do Conde”, garantiu o autarca.
Da parte do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação e Bebidas, José Armando Correia, mostrou-se satisfeito com a vontade da Câmara e do Instituto de Emprego e Formação Profissional para apoiar as trabalhadoras, mas vincou que a intenção é ainda reverter estes despedimentos.
“Continuaremos a fazer o nosso trabalho sindical para tentar retroceder este processo, que ainda está numa fase inicial, e que pretendemos impugnar. Ainda não conseguimos ter contacto com a administração da empresa, não vemos da empresa abertura para alterar o despedimento”, disse o sindicalista.
José Armando Correia acusou ainda empresa de estar a fazer “uma retaliação” pela greve feita, em novembro do ano passado, por algumas trabalhadoras para reivindicar melhores condições salariais.
“Percebemos que há uma intenção de varrer com as trabalhadores mais reivindicativas ou com problemas de saúde, para mais tarde contratar novas pessoas. A maioria dos trabalhadores despedidos esteve numa recente greve para reivindicar. Para nós é uma forma encapotada de retaliar e se livrar destas pessoas”, disse o representante do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação e Bebidas.
Segundo informações dada pela empresa às trabalhadoras, os motivos alegados para avançar com este despedimento coletivo têm que ver com o aumento dos preços do azeite e do alumínio, que força uma restruturação do quadro de pessoal, que contava com 277 funcionários.