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Líder do PSD Luís Montenegro acusa Governo de estar de “costas voltadas” para os agricultores

11 Outubro 2023
Líder do PSD Luís Montenegro acusa Governo de estar de “costas voltadas” para os agricultores
Política
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O presidente do PSD, Luís Montenegro, acusou hoje o Governo de estar “de costas voltadas” para os agricultores, defendendo que o setor tem de ser uma “prioridade estratégia para o país”.
“No diálogo com agricultores percebe-se o quanto a tutela do Ministério e a liderança política do Governo está distante da realidade e dos que ainda resistem em Portugal em ocupar o território e dinamizar a atividade agrícola”, sustentou o líder social-democrata no final de uma reunião na cooperativa leiteira Agros, na Póvoa de Varzim.
Na visita, inserida no programa do partido “Sentir Portugal”, o dirigente do PSD esteve quase duas horas reunido com produtores de uma das maiores bacias leiteiras do país, anotando as dificuldades sentidas pelo setor.
“A agricultura, a pecuária e a floresta são uma prioridade estratégica para o desenvolvimento do país, não só porque reforçam a nossa soberania alimentar como também porque têm efetiva concretização nas oportunidades de emprego, na ocupação territorial e fixação dos mais jovens. Mas o Ministério e o Governo estão de costas voltadas para este setor”, acusou Luís Montenegro.
Nas críticas ao executivo do PS, o líder do maior partido da oposição voltou a abordar o tema do Orçamento do Estado para 2024, deixando implícito o voto contra do PSD ao documento, mas sem o anunciar diretamente.
“Teremos jornadas parlamentares na segunda e terça feira e anunciaremos, então, o nosso sentido de voto, mas, sendo direto e sem rodeios, não vamos surpreender o país com a nossa posição”, afirmou.
Luís Montenegro reiterou que o Governo apresentou um orçamento “com grande pompa e quadros bem feitos, mas com o mesmo resultado no final”, analisando que nos últimos oito anos de governação do PS “tudo o que é essencial para as pessoas, está pior do que estava”.
“O PSD tinha sido muito mais ambicioso na amplitude da diminuição do IRS. Ao acabar no quinto escalão, o Governo está a dizer ao país que quem ganha 900 ou 1000 euros em Portugal é uma pessoa rica. Isso é um absurdo social e uma visão tacanha da sociedade”, argumentou Luís Montenegro.
Na opinião do líder social-democrata, “a classe média abarca todos até ao oitavo escalão, entre 1.200 e 2.000 euros líquidos por mês”, considerando que essa remuneração “não é uma fortuna para quem tem de alimentar uma família e tem despesas com habitação, deslocação ou energia”.
“É um rendimento limitado, sobretudo em algumas zonas do país. O Governo devia assumir que vamos bater o recorde de carga e receita fiscal e devemos questionar se as famílias depois de darem tanto do seu rendimento ao Estado têm, depois, um retorno nos serviços públicos”, disse Luís Montenegro.