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Impacto dos custos de contexto na economia em debate na Associação Empresarial de Portugal

5 Outubro 2023
Impacto dos custos de contexto na economia em debate na Associação Empresarial de Portugal
Economia
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Os custos de contexto, que a Associação Empresarial de Portugal (AEP) considera condicionarem a competitividade da economia e afetarem negativamente novos investimentos, estão na terça feira em debate na terceira conferência do Fórum Produtividade e Inovação.
O presidente da Fundação Associação Empresarial de Portugal (AEP), Luís Miguel Ribeiro, alertou para a “necessidade de alterar as políticas públicas com vista ao progresso económico do país e ao bem-estar dos portugueses”.
Segundo sustentou, os custos de contexto têm merecido especial atenção por parte da associação “pois condicionam a competitividade da economia e têm um impacto muito significativo na concretização de novos investimentos”.
“Retirar obstáculos ao exercício da atividade empresarial, ajustando as políticas públicas à economia constitui hoje, como sempre, um tema que merece a melhor atenção da Fundação AEP na busca de um modelo que promova o dinamismo da economia nacional e da economia do país no contexto mundial”, enfatizou.
Na terça feira, pelas 15:00, no auditório da Associação Empresarial de Portugal (AEP), em Leça da Palmeira, Matosinhos, a terceira conferência do Fórum Produtividade e Inovação – criado pela Fundação AEP e desenvolvido em parceria com a SEDES (Associação para o Desenvolvimento Económico e Social) – irá por isso ter como mote os “Custos de Contexto” para as empresas.
Com a participação dos presidentes da SEDES (Associação para o Desenvolvimento Económico e Social), Álvaro Beleza, e da CIP (Confederação Empresarial de Portugal), Armindo Monteiro, o encontro contará ainda com a contribuição especial de Luís Cabral, professor da Universidade de Nova Iorque.
A apresentação dos temas estará a cargo de Carlos Alves, vice-presidente do Conselho Coordenador da SEDES, e de Luís Mira Amaral, ex-Ministro da Indústria.
Já o professor Catedrático do ISEG (Instituto Superior de Economia e Gestão) João Duque e o líder parlamentar do PSD Joaquim Miranda Sarmento estarão a comentar o debate, que será moderado por Carlos Tavares, antigo Ministro da Economia e mentor do Fórum Produtividade e Inovação.
Em debate estarão temas como a regulamentação de mercados e produtos, estrutura de mercados, limitações à concorrência e economia informal, política fiscal para empresas e empresários, eficiência da Administração Pública e provisão de serviços públicos (na saúde, educação e justiça) e política e custos da energia.
“Os custos de contexto são um fator de negativo na atratividade para a captação de investimento. É sobre os custos de contexto que a política pública pode ser mais eficiente e que mais pode contribuir para a melhoria da competitividade das nossas empresas. E isto transversalmente a todas as empresas, com maior impacto nas micro e pequenas empresas, que são a maior representatividade do nosso tecido empresarial”, afirma Luís Miguel Ribeiro.
Para o dirigente associativo, este é “um dos temas mais relevantes e com mais impacto na atualidade, porque tem efeito direto na produtividade e no estímulo à inovação”, sendo por isso essencial “trazê-lo à ordem do dia”.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2021 o indicador global de custos de contexto, que agrega nove domínios, registou um valor de 3,09, numa escala de 1 a 5, superior aos registados em 2017 (3,05) e 2014 (3,04).
Por setor de atividade, a indústria apresentou o indicador mais elevado (3,26) e o que mais aumentou desde 2014 (+0,14). O indicador foi também mais elevado nas empresas de pequena e média dimensão (3,15; +0,6 que em 2017), bem como nas empresas com sede no Continente (3,09).
O sistema judicial voltou a ser identificado pelas empresas como o domínio com o indicador de custos de contexto mais elevado 3,61, tendo sido, no entanto, o único domínio a registar um decréscimo entre 2017 e 2021 (-0,06).
O projeto Fórum Produtividade & Inovação consiste num ciclo de seminários sobre temas de política económica que culminará na publicação de um livro com os trabalhos produzidos ao longo das 10 sessões previstas, “incluindo uma proposta de agenda concreta de reformas destinadas à resolução do enigma da produtividade e do crescimento em Portugal”.