Última hora

Índice Housing Anywhere diz que Lisboa é a cidade mais cara da Europa para arrendar casa

24 Agosto 2023
Índice Housing Anywhere diz que Lisboa é a cidade mais cara da Europa para arrendar casa
País
0

Segundo o índice internacional Housing Anywhere, Lisboa é a cidade mais cara da Europa para arrendar casa no segundo trimestre deste ano. Mas não é só Lisboa, o problema dos elevados custos do arrendamento atingem hoje gravemente todo o território português. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), em junho, “todas as regiões apresentaram variações homólogas positivas das rendas de habitação, tendo a Região Autónoma da Madeira registado o aumento mais intenso (5,1%)”.
Vejamos ainda dados em concreto sobre o aumento do custo do arrendamento para habitação, segundo o barómetro do Imovirtual, com dados referentes de julho deste ano em comparação com o período homólogo: Aveiro +24%, Braga +25%, Coimbra +9%, Faro +17%, Leiria +62%, Lisboa +38%, Santarém +10%, Setúbal, Viana do Castelo ou Vila Real +25%, Viseu +33%. No geral, entre julho de 22 e julho de 23, o arrendamento em Portugal aumentou em média 31%, sendo o valor médio dos novos arrendamentos cerca de 1.700€ mensais. Mas o Salário Mínimo Nacional continua nos 760€ mensais.
A situação que atualmente vivemos, com origem em décadas de políticas que acentuaram o uso da habitação como mercadoria especulativa e não como um direito social tal como está consagrado na Constituição da República Portuguesa e na Lei de Bases da Habitação, com especial destaque para aquela que ficou conhecida como a Lei dos Despejos, conduziram o país a esta calamidade social.
Hoje, um quarto para um estudante custa o valor de um salário; a renda de uma casa, o salário de várias famílias. Sim, de várias famílias. Tome-se como exemplo o valor de um T1 em Lisboa a valer 2.500€ por mês, ou o valor médio do arrendamento em Braga, Aveiro ou Leiria que se situam em valores superiores aos 1.000€ mensais, ou em Faro, Setúbal, Porto ou a Ilha da Madeira que se situam nos cerca de 1.500€ por mês.
Hoje, vivemos tempos de emergência social em Portugal, com as dificuldades de acesso à habitação, ao mesmo tempo que o Governo ignora os problemas das pessoas e aumenta os benefícios fiscais da banca e dos fundos imobiliários.