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Ministro do Ambiente reafirma que Galp não terá qualquer apoio sobre refinaria de Matosinhos

19 Julho 2023
Ministro do Ambiente reafirma que Galp não terá qualquer apoio sobre refinaria de Matosinhos
Política
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O Ministro do Ambiente garantiu hoje que a Galp não terá qualquer subsídio ou benefício na descontaminação de solos, na sequência do encerramento da refinaria de Matosinhos, e disse que o Governo tem trabalhado no apoio aos trabalhadores.
Duarte Cordeiro falava na comissão parlamentar de Ambiente, no âmbito de uma audição pedida pelo PCP a propósito da situação social decorrente do encerramento pela Galp da refinaria de Matosinhos, anunciada no final de 2020.
Hoje na audição, o deputado comunista Duarte Alves afirmou que o fecho da refinaria não teve a ver com descarbonização, mas sim com uma estratégia da empresa, e perguntou quanto dos 60 milhões de euros do Fundo de Transição Justa para Matosinhos ia de facto para os trabalhadores e se a própria empresa iria beneficiar desse montante.
Na resposta, o Ministro do Ambiente salientou que a decisão de encerrar a refinaria foi da Galp e que o Governo não concordou com ela, que mostrou preocupações em relação à região e aos trabalhadores, “e tem trabalhado com a região, com o município e com os trabalhadores”.
Duarte Cordeiro falou dos números oficiais sobre os trabalhadores afetados e lamentou que no processo o Governo nunca tenha sido envolvido, porque se assim fosse poderia ter havido uma fase de transição, “com mais salvaguardas para os trabalhadores”.
A Secretária de Estado da Energia e Clima, Ana Fontoura Gouveia, exemplificou como transição energética justa o encerramento da central termoelétrica do Pego, onde se procurou assegurar o futuro dos trabalhadores, e admitiu que em Matosinhos tenha havido burocracia excessiva, embora se esteja “a assegurar que as necessidades de formação são concretizadas”.
No âmbito deste processo foram ouvidas pelos deputados entidades como a presidente da autarquia, a comissão de trabalhadores da Galp, ou os presidentes do Instituto do Emprego e Formação Profissional, e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte.
Na comissão parlamentar, o ministro, por requerimento do Chega, falou também dos principais objetivos do Governo para a próxima cimeira mundial sobre as alterações climáticas, a chamada COP28, no final do ano no Dubai.
E por requerimento do PAN explicou que o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) mantém as suas atribuições e competências na área dos animais de companhia, passando para as comissões de coordenação e desenvolvimento regional apenas competências administrativas e de execução, uma descentralização de competências que está prevista no programa do Governo.
As três audições, seguidas, foram marcadas também por um debate entre o ministro, o presidente da comissão, Tiago Brandão Rodrigues (PS) e a deputada do Chega Rita Matias, depois de esta ter desvalorizado a importância do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), uma organização científica criada no âmbito da ONU para produzir e divulgar informação sobre o aquecimento global e as alterações climáticas.