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Pizarro diz que fim da emergência contra a Covid-19 é vitória da ciência contra obscurantismo

5 Maio 2023
Pizarro diz que fim da emergência contra a Covid-19 é vitória da ciência contra obscurantismo
Tecnologia
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O Ministro da Saúde considerou hoje que o fim da emergência global causada pela Covid-19 é a “vitória da ciência contra o obscurantismo” e afirmou que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) é agora “mais potente”.
“Hoje é um dia da vitória da ciência contra o obscurantismo, da perseverança contra as hesitações, da solidariedade, porque foi graças a isso que nós conseguimos ultrapassar esta pandemia”, afirmou Manuel Pizarro, na Maia, à margem da assinatura da passagem de competências do Estado para aquela autarquia na área da Saúde.
O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou hoje o fim da emergência de saúde pública contra a covid-19 a nível global, aceitando a recomendação do comité de emergência, um órgão que reúne peritos de várias áreas e que se reuniu pela 15.ª vez para avaliar a situação da pandemia.
Questionado sobre os efeitos da pandemia do SNS, o titular da pasta da Saúde salientou que houve factos positivos: “temos hoje um Serviço Nacional de Saúde que é mais potente do que tínhamos anteriormente. Tínhamos menos de 600 camas de cuidados intensivos, temos hoje cerca do dobro dessa capacidade e também é graças a isso que estamos a fazer muito mais cirurgias”, disse.
No entanto, Manuel Pizarro não deixou de apontar as consequências de três anos de pandemia, nomeadamente nos recursos humanos.
“Não posso ignorar os efeitos negativos, o facto, desde logo, de os profissionais de saúde estarem fatigados porque foram momentos muito difíceis, turnos sem fim, folgas interrompidas, férias recusadas”, descreveu.
Ainda assim, Manuel Pizarro deixou garantias: “esta pandemia é uma entidade clínica recente, tem de continuar a ser acompanhada e vamos continuar a tomar as medidas que forem adequadas a cada momento. Desse ponto de vista, o que eu posso garantir aos portugueses é que nós estamos preparados”, disse.
Num comunicado já hoje divulgado, Manuel Pizarro considera que o anúncio da Organização Mundial de Saúde (OMS) se reveste de “elevado simbolismo”, mas lembrou que “é essencial agora preservar as lições aprendidas”.
“É essencial agora preservar as lições aprendidas, o conhecimento e o espírito de colaboração adquiridos durante este período tão desafiante”, disse o Ministro da Saúde, citado na mesma nota.
“Estes ensinamentos são essenciais para continuar o trabalho de fortalecimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e da saúde pública, cumprindo a missão de proteger e promover a saúde das pessoas”, acrescenta.
No comunicado, Manuel Pizarro endereça uma mensagem aos portugueses, na qual considera que demonstraram uma enorme capacidade de adaptação, acolheram as orientações sanitárias e aderiram fortemente à vacinação.
O Ministro da Saúde elogia igualmente os trabalhadores dos setores essenciais que se “mantiveram ao serviço”, e deixa também uma palavra de apreço às autarquias e às instituições sociais, que também “disseram presente”.
“Importa evocar os milhares de profissionais de saúde que, num período tão exigente, assumiram um compromisso com a saúde dos portugueses”, recorda ainda.
O Ministério da Saúde “agradece a cada um dos profissionais e equipas que, nas diversas áreas, prestaram um serviço público irrepreensível, com sacrifício pessoal, durante as diferentes fases da pandemia da Covid-19” e deixa igualmente “uma palavra sentida aos que sofreram e aos que perderam entes queridos em tempos de pandemia”.
Segundo os dados mais recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS), a pandemia de Covid-19 provocou mais de 765 milhões de casos confirmados de infeção e mais de 6,9 milhões de mortes a nível mundial, reportados oficialmente, mas o diretor-geral admitiu hoje que o número real de óbitos possa ser de “pelo menos 20 milhões”.
Segundo os últimos dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), desde 1 de março de 2020, quando foram notificados os primeiros casos, até quarta feira, Portugal registou mais de 5.582.987 caso de infeção pelo vírus SARS-CoV-2 e 26.616 mortes associadas à Covid-19.