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Homem morre após capotamento de trator na freguesia de Guilhabreu em Vila do Conde

4 Outubro 2021
Homem morre após capotamento de trator na freguesia de Guilhabreu em Vila do Conde
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Um homem de 79 anos de idade perdeu a vida na passada sexta feira depois de o trator onde seguia ter capotado numa estrada interior, em Vila do Conde.
A vítima seguia na Rua da Fonte Pedra, na freguesia vilacondense de Guilhabreu, quando, por motivos ainda por apurar, o trator terá virado, ferindo o homem com gravidade.
Apesar das tentativas de reversão da paragem cardiorrespiratória levadas a cabo pelos Bombeiros de Vila do Conde e pela Cruz Vermelha de Vilar, o homem perdeu a vida no local do acidente.
O homem de 79 anos de idade era residente na mesma freguesia onde se deu o acidente e onde acabaria por perder a vida.
Portugal é um dos três países europeus onde morrem mais pessoas em acidentes com tratores. Mais de 350 vítimas mortais em cinco anos é o total que resulta dos acidentes com tratores em Portugal. Os dados reportam-se ao intervalo entre 2013 e 2017, mas a cada semana somam-se novas mortes a um ritmo semelhante. Em causa estão, geralmente, capotamentos, envolvendo condutores com mais de 65 anos
Em Portugal morrem demasiadas pessoas por causa de acidentes com tratores. Só entre 2013 e 2017 foram registadas 358 vítimas mortais, curva estatística que não dá sinais de abrandamento e que tem colocado o país sistematicamente na terceira pior posição da União Europeia. Não há dados oficiais em relação a 2018, 2019 e 2020, adianta a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), mas basta estar-se atento.
“Na realidade, Portugal sempre teve uma sinistralidade muito alta neste domínio”, disse Augusto Ferreira, coordenador técnico da CONFAGRI (Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas). E várias causas concorrem para o problema, acrescentou.
Uma delas “é a idade avançada dos nossos agricultores”, a que se alia a necessidade de as tarefas agrícolas “terem de ser realizadas em intervalos reduzidos de tempo”, agravando o “cansaço físico”, próprio de uma atividade já de si fisicamente exigente, explica Augusto Ferreira. As outras causas, continua, resultam de um certo “excesso de confiança” a operar máquinas “que, para todos os efeitos, são perigosas”, decorrem da “falta de formação”, e também do facto de em Portugal o próprio parque de tratores estar demasiado envelhecido.
O técnico da CONFAGRI toma por base o número de tratores registados para efeitos de atribuição de subsídios de gasóleo: “dos cerca de 170 ou 180 mil listados, mais de 50 por cento têm mais de vinte anos”. Na prática, isto significa que não dispõem de estruturas de proteção, sejam elas arcos ou cabines, “acessórios” que se tornaram obrigatórios para os tratores matriculados após janeiro de 1994.