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Estudo dos solos da refinaria de Matosinhos tem de ser simultâneo ao desmantelamento industrial

11 Outubro 2021
Estudo dos solos da refinaria de Matosinhos tem de ser simultâneo ao desmantelamento industrial
Economia
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O ministro do Ambiente e da Ação Climática adiantou esta segunda feira que o estudo para a descontaminação dos solos da refinaria da Galp de Matosinhos “tem de ser simultâneo ao desmantelamento industrial”.
Em 21 de setembro, João Pedro Matos Fernandes afirmou que “a Galp é obrigada a apresentar um programa para a descontaminação dos solos e apresentar o projeto para o desmantelamento da unidade industrial, [e] ainda não fez uma coisa nem outra”.
Questionado agora sobre o assunto, o governante referiu que, em relação ao que “será feito naquele local, não há novidade nenhuma” e “só a Galp poderá falar” sobre a questão.
João Pedro Matos Fernandes disse ainda que o Governo respeita “as intenções que a Câmara de Matosinhos tem para aquele local”.
O governante falava hoje aos jornalistas depois de ter dado uma lição de sapiência na sessão solene de início do ano letivo na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, sobre o tema “Sustentabilidade: investir no presente”.
Sobre o estudo para a descontaminação dos solos, disse apenas que “tem de ser simultâneo ao que é o trabalho para o próprio desmantelamento industrial”.
“Está a ser conversado com a Agência Portuguesa do Ambiente, certamente virá a haver. Esse estudo tem de ser apresentado à administração, se me perguntar se já foi, a resposta é não”.
Quando questionado sobre os prazos, o ministro disse que “a obrigatoriedade” é que, “quando quiserem desmantelar, têm de apresentar esse trabalho”, mas sobre datas concretas, remeteu a resposta para a empresa.
A Galp desligou a última unidade de produção da refinaria de Matosinhos em 30 de abril, na sequência da decisão de concentrar as operações em Sines.
A petrolífera justificou a “decisão complexa” de encerramento da refinaria com base numa avaliação do contexto europeu e mundial da refinação, bem como nos desafios de sustentabilidade, a que se juntaram as características das instalações.
O encerramento da refinaria de Matosinhos, em abril, representa perdas de 5% do PIB em Matosinhos e de 1% na Área Metropolitana do Porto, segundo um estudo socioeconómico.
O estudo, encomendado pela Câmara Municipal de Matosinhos à Universidade do Porto para avaliar os impactos socioeconómicos do fecho do complexo petroquímico no concelho, traça um “cenário particularmente grave” para a região Norte e para o país, caso não seja dado qualquer destino àquela instalação industrial.
O Estado é um dos acionistas da Galp, com uma participação de 7%, através da Parpública.