Os trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Varzim vão, na próxima sexta feira, concentrar-se em greve, à porta da instituição, reclamando “melhores salários e pagamento das extraordinárias horas em atraso”.
Na iniciativa, coordenada pelo CESP – Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, os trabalhadores vão pugnar pelo “aumento dos salários, valorização das carreira e categorias profissionais, admissão de mais trabalhadores, pagamento do trabalho extraordinário prestado durante a pandemia e pagamento em dobro do trabalho em dia feriado”.
“Ao longo do último ano os trabalhadores desta instituição foram e continuam a ser ‘o rosto esquecido’ da luta contra a pandemia. Estiveram sempre na linha da frente. Sem tempo para ter medo ou pensar no risco que corriam. Trabalharam 12 horas por dia e seis dias consecutivos. Dezenas foram infetados nos seus locais de trabalho e para cá voltaram após recuperação”, refere o CESP.
O sindicato lembra que, “sem os trabalhadores, a resposta à pandemia não teria sido possível”, e, enaltecendo a entrega para o “bem-estar dos utentes”, deixou lamentos às condições de trabalho e salariais proporcionadas pela instituição poveira.
“Continua a pagar o salário mínimo nacional, ou nalguns casos pouco acima deste valor. Impuseram durante a pandemia horários em espelho de 12 horas e 10 horas por dia seis dias consecutivos e até ao momento não pagaram aos seus trabalhadores essas horas extraordinárias”, denunciou o CESP.
O sindicato deixou ainda críticas ao facto de “várias valências e turnos estarem com falta de recursos humanos”, e denunciaram “o uso e pressão sobre as trabalhadoras com incapacidades e a utilização abusiva de estagiários para preencher serviços que em alguns dias se têm tornado mínimos”.
A greve dos funcionários da instituição tem início às 8 horas, com uma concentração no Largo da Misericórdia da Póvoa de Varzim.
O provedor da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Varzim, Virgílio Ferreira, ainda não se pronunciou sobre estas alegações do sindicato CESP e dos trabalhadores da instituição.