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PSD/Matosinhos acusa Câmara e administração portuária de Leixões de “conluio” em contratos

16 Junho 2021
PSD/Matosinhos acusa Câmara e administração portuária de Leixões de “conluio” em contratos
Política
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O PSD de Matosinhos acusou na passada quinta feira a câmara local e a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) de “conluio” devido a contratos de ajustes diretos entre esta autarquia e a empresa do presidente da administração portuária.
“Foram 100 mil euros que a Câmara de Matosinhos, através de ajustes diretos, entregou nos últimos tempos à sociedade EQS CERT. LDA, da qual Nuno Araújo [presidente da APDL] é sócio e já foi gerente”, revelou o líder da concelhia do PSD de Matosinhos, Bruno Pereira, em comunicado.
O presidente da APDL, Nuno Araújo, ex-chefe de gabinete de ministro, foi alvo de buscas por tráfico de influências e corrupção na passada terça feira.
O social-democrata referiu que a empresa do presidente da administração portuária está vocacionada em fiscalização e manutenção de elevadores, mas “obteve um ajuste direto com a Câmara de Matosinhos, na área da consultadoria ambiental, no valor de 45 mil euros”.
“Verifica-se um claro conflito de interesses e promiscuidade entre a Câmara de Matosinhos e APDL, motivo pelo qual a APDL age como se fosse dona do concelho, sem se importar com os muitos incómodos e largos prejuízos que provoca aos cidadãos, sem prestar contas a ninguém, a título de exemplo verificável pelo mau funcionamento da ponte móvel ou das obras de alargamento do terminal de contentores e aumento do quebra-mar de Leixões”, afirmou Bruno Pereira.
Considerando que esta situação “não pode ficar impune” e recordando que Nuno Araújo está a ser investigado pelo Ministério Público por eventuais atos de corrupção e trafico de influências noutros municípios, Bruno Pereira exige a sua “demissão imediata” do cargo de presidente da APDL.
O presidente da concelhia matosinhense do PSD salientou querer saber “quais as razões que levaram o Município de Matosinhos a optar por estes contratos de ajuste direto”.
Segundo os dados remetidos pela autarquia, os contratos em causa foram celebrados em novembro de 2017 e dezembro de 2018 e 2019 e visaram vistorias aos elevadores do concelho de Matosinhos.
Dos três contratos, o de novembro de 2017, no valor de 6.715 euros, foi feito por ajuste direto, o de dezembro de 2018 de 8.130 euros por consulta prévia e o de dezembro de 2019 de 26.887 euros por concurso público, lê-se nas informações.
Sobre a acusação referente a um ajuste direto com a empresa do presidente da APDL, especializada em elevadores, na área da consultadoria ambiental, no valor de 45 mil euros, a autarquia matosinhense disse não se pronunciar sobre contratos de mandatos anteriores.