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Padre de Guilhabreu em Vila do Conde recusa fazer funeral mas celebra missa de 7.º Dia

2 Junho 2021
Padre de Guilhabreu em Vila do Conde recusa fazer funeral mas celebra missa de 7.º Dia
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Maria da Conceição Ferreira Maia faleceu a 13 de maio, aos 92 anos de idade, em Guilhabreu, Vila do Conde. Imigrante em França, a idosa estava em Portugal há pouco tempo, onde acabaria por falecer, em casa de uma filha, mas não teve direito a funeral.
A neta e a filha da idosa garantem que o padre Carlos Duarte da freguesia vilacondense de Guilhabreu se recusou a fazer as exéquias fúnebres, supostamente, pela falta do pagamento da côngrua, uma contribuição anual à Igreja, mas o pároco diz que não foi por falta de pagamento.
A família garante que os direitos foram pagos e lamenta que Maria da Conceição Ferreira Maia, crente e devota em Nossa Senhora de Fátima, não tenha tido um funeral religioso, como era a sua vontade. “Não lhe pudemos dar um funeral digno”, lamentou a neta da idosa falecida.
Já o padre Carlos Duarte da freguesia de Guilhabreu, em Vila do Conde, explicou que, apesar de não haver qualquer tipo de registo do pagamento de contribuições da filha e do genro da idosa, não foi esse o motivo da decisão.
À frente da paróquia há quase 60 anos, o padre garantiu que não fez o funeral porque “a família não frequenta a igreja”.
“Não havia nenhuma ligação à Igreja, à Igreja [enquanto] casa e à Igreja [enquanto] vida cristã, não havia sinal nenhum”, disse o pároco, concluindo que “não foi por falta de pagamento”.
O pároco de Guilhabreu admite um diferendo antigo com o genro da idosa falecida, que até motivou, inclusive, um processo judicial.
Segundo declarações do padre de Guilhabreu Carlos Duarte, “o genro e a filha não pagam os direitos paroquiais e não estão nada ligados à Igreja. Além disso, o senhor não respeita a vizinhança da Igreja. Tem um terreno aqui mesmo, todo maltratado, e com umas cruzes e uns sinais estranhos”.
Apesar de não ter celebrado o funeral, o padre Carlos Duarte celebrou a missa de 7º dia.
No entanto, a família da falecida pediu uma reunião na Diocese do Porto para expor o caso. A neta diz que só quer que seja “feita justiça” e que não voltem a acontecer episódios como este em qualquer que seja a paróquia.