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Criança de 6 anos ferida por caravela-portuguesa na Prainha de Caxinas em Vila do Conde

14 Junho 2021
Criança de 6 anos ferida por caravela-portuguesa na Prainha de Caxinas em Vila do Conde
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Uma criança de seis anos de idade sofreu este domingo, por volta do meio dia, queimaduras após estar em contacto com uma caravela-portuguesa, na Prainha, uma praia concessionada de Caxinas, no concelho de Vila do Conde.
A criança, que ficou com “queimaduras elétricas e químicas” nas pernas, teve de ser encaminhada pelo INEM para o Hospital de São João, no Porto, onde deu entrada na unidade de queimados pediátricos, estando agora fora de perigo e de onde já teve alta, apesar de ter de se manter em vigilância.
“Na própria ambulância, aperceberam-se que aquilo era uma picada de uma caravela-portuguesa pela magnitude e evolução. A diferença entre a picada de uma caravela-portuguesa e uma alforreca são os tentáculos”, explicou a mãe da criança.
A mãe da criança contou, ainda, que reportou o incidente à Polícia Marítima, que terá, alegadamente, desvalorizado a situação. “Porque é que a praia não foi interdita? Perguntei-lhes. Disseram-me que enviaram uma equipa de mergulhadores ao local e que não encontraram nada. E que, como não encontraram nada, a praia iria continuar a funcionar normalmente”, afirmou.
“O que me entristece é ter o meu filho na cama, sedado. Pediram-me que, se quisesse interditar a praia, enviasse um e-mail ao superior deles. Então aí pus de parte as burocracias e fiz uma publicação no Facebook a alertar [para a situação]. Eu sou mãe, sei agir em contexto de primeiros socorros, mas se fosse outra mãe poderia ter ocorrido o pior”, finalizou.
Em comunicado, a Autoridade Marítima Nacional confirmou o incidente. “Os elementos da Polícia Marítima e uma embarcação da Estação Salva-vidas da Póvoa de Varzim efetuaram, durante a tarde [deste domingo], patrulhas nas praias da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde, não tendo sido avistado qualquer organismo gelatinoso”, diz a nota.
A caravela-portuguesa vive na superfície do mar e é identificada pelo seu flutuador cilíndrico, azul arroxeado, cheio de gás. Os sintomas da sua picada são uma dor forte e sensação de queimadura.
“Em caso de ser avistada, deve-se evitar o contacto com este organismo de nome científico ‘Physalia Physalis’ e que vive na superfície do mar graças ao seu flutuador cilíndrico, azul-arroxeado, cheio de gás, cujos tentáculos podem atingir os 30 metros, sendo o seu veneno muito perigoso”, alerta a Autoridade Marítima Nacional em comunicado.
De acordo com a Autoridade Marítima Nacional, “algumas pessoas, especialmente as sensíveis às picadas e venenos das águas-vivas, podem ter reações alérgicas graves, como falta de ar, palpitações, cãibras, náuseas, vómitos, febre, desmaios, convulsões, arritmias cardíacas e problemas respiratórios” e salienta que “nestes casos devem ser encaminhadas de imediato para o serviço de urgência das unidades de saúde”.
Os efeitos da picada da caravela-portuguesa resultam em “dor forte, sensação de queimadura, irritação, vermelhidão, inchaço e comichão”, sublinha a Autoridade Marítima Nacional.
A Autoridade Marítima Nacional acrescenta, ainda, que “no caso de haver contacto com a caravela-portuguesa, as pessoas devem evitar esfregar a zona atingida, não usar água doce, álcool ou amónia, lavar com soro fisiológico, retirar os tentáculos (caso tenham ficado agarrados à pele) utilizando luvas ou uma pinça de plástico e aplicar vinagre, bandas ou água quente, para aliviar a dor, e consultar assistência médica o mais rapidamente possível”.