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Cerca de 150 trabalhadores da refinaria da Galp de Matosinhos vão “enfrentar” o despedimento

8 Junho 2021
Cerca de 150 trabalhadores da refinaria da Galp de Matosinhos vão “enfrentar” o despedimento
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Os trabalhadores da refinaria de Matosinhos garantiram esta segunda feira que vão lutar “até ao fim” pelos postos de trabalho e “enfrentar” o despedimento coletivo, decidido pela Galp, depois de concentrar a operação em Sines, disse um dirigente sindical do SITE Norte.
“Fomos [comissão de trabalhadores] mandatados para levar a cabo qualquer iniciativa na defesa intransigente dos postos de trabalho”, revelou o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente (SITE) do Norte e da comissão de trabalhadores, Telmo Silva.
O sindicalista falava no final de um plenário de trabalhadores que decorreu esta segunda feira nas instalações da refinaria da Galp em Leça da Palmeira, Matosinhos.
A Galp decidiu concentrar as suas operações de refinação e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines e descontinuar a refinação em Matosinhos, dando início a um despedimento coletivo de cerca de 150 trabalhadores.
A petrolífera justificou a “decisão complexa” de encerramento da refinaria de Matosinhos com base numa avaliação do contexto europeu e mundial da refinação, bem como nos desafios de sustentabilidade, a que se juntaram as características das instalações.
“Querem tirar-nos tudo, mas nós não baixamos os braços e vamos continuar a lutar até ser possível”, garantiu Telmo Silva.
O sindicalista contou que, na semana passada, terminaram as conversas com o Ministério do Trabalho, onde ficou claro que a “intenção” da Galp é o despedimento coletivo.
“Ao fim de quatro reuniões, a empresa mostrou nunca querer negociar, rejeitando todas as soluções apresentadas”, vincou.
Telmo Silva adiantou que, esta terça feira, vão reunir com o ministro do Ambiente, em Lisboa, para exigirem uma solução para os trabalhadores.
A decisão de encerramento da refinaria da Galp em Matosinhos, tomada em 2020, permitiu à petrolífera focar-se na conversão de Sines num centro de energia verde, defendeu o presidente executivo da empresa, no início deste mês.
“A nossa decisão de fechar [a refinaria de] Matosinhos […] permitiu-nos focar na conversão gradual de Sines num parque de energia verde”, apontou o presidente executivo da Galp, Andy Brown, que falava na apresentação virtual do plano estratégico da empresa, a 2 de junho.
No final de abril, a Galp desligou a última unidade de produção da refinaria de Leça da Palmeira, em Matosinhos, na sequência da decisão de concentrar as operações no complexo de Sines, disse, a 6 de maio, o administrador da petrolífera Carlos Silva.
A Galp pretende transformar gradualmente a refinaria de Sines, em Setúbal, “num centro de energia verde”, um projeto que vai ser alavancado no acesso ao hidrogénio verde, anunciou ao mercado a petrolífera.