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Porto Design Biennale organiza 49 atividades em dois meses para criar comunidades de mudança

11 Maio 2021
Porto Design Biennale organiza 49 atividades em dois meses para criar comunidades de mudança
Cultura
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A Porto Design Biennale, que acontece entre junho e julho, nas cidades do Porto e de Matosinhos, vai organizar 49 atividades e lançar as bases para a criação de “comunidades de mudança”, disse hoje o curador geral.
Na apresentação da programação desta segunda edição, que decorreu na Câmara Municipal do Porto, o curador geral, Alastair Fuad-Luke, adiantou que, ao longo dos 54 dias da bienal, de 2 de junho a 25 de julho, irão acontecer, 20 conversas ‘online’ e 11 ‘workskops’, além das 49 atividades do certame.
As iniciativas, que envolvem nove curadores, estarão espalhadas por 25 espaços do Porto e de Matosinhos, acrescentou.
O objetivo desta edição de 2021, que o curador geral quer que envolva a participação dos cidadãos, visitantes, profissionais e amantes do design, é gerar alianças estratégicas e efetivas para a construção de comunidades de mudança.
“Através do design podemos redescobrir a nossa capacidade de espanto, renovar o nosso ambiente e construir novas alianças. Podemos reconstruir-nos, centrando-nos nas experiências e nas coisas – ‘pharmaka’ – capazes de gerar uma maior sensação de bem-estar e que nos mostram como viver melhor, apesar de atravessarmos tempos de contágio e de crise”, frisou.
Um dos eixos principais da bienal é a exposição “Museu da Matéria Viva”, na Casa do Design, em Matosinhos, que pede a atenção de todos para os seres vivos, procurando encorajar os cidadãos e designers para a construção de novas práticas e relações para o futuro, explicou.
O “Museu da Matéria Viva” engloba três ‘workshops’, nomeadamente “Rio”, “Terra” e “Mar”, cujo propósito é explorar diferentes ambientes materiais no território local.
Outra das propostas é a mostra “Cuidado Radical: Arquiteturas de Amor e Reciprocidade”, orientada por Ana Jarra e Alberto Altés, que vai reunir no Palacete dos Viscondes de Balsemão, no Porto, histórias de amor, reciprocidade e envolvimento que têm em comum uma ética do cuidado.
Em versão ‘online’ irá decorrer a exposição “Linhas Invisíveis” que, com recurso a uma análise de dados do Porto, pretende cultivar novas ideias e soluções para combater a segregação, corrigir as linhas urbanas de falha e outros males sociais.
Outro dos destaques vai para o ‘workshop’ “Habitar 424” desenvolvido por e para a comunidade sem-abrigo do Porto. Este projeto visa reconcetualizar o entendimento comum acerca da condição de sem-abrigo, proporcionando ao mesmo tempo crescentes recursos comunitários para o futuro.
A Porto Design Biennale contemplará ainda dois espaços de debate, nomeadamente uma série de ‘podcasts’ com pessoas e designers cujas vidas têm sido dedicadas a desenhar mundos, em “Perspetivas Periféricas: Conversas às Sextas”, que propõe colóquios com a participação de académicos interdisciplinares, pensadores não académicos, designers, artistas visuais e performativos e cidadãos, para construir um espaço para gerar diferença.
Sendo o país convidado deste ano a França, artistas, designers e pensadores franceses e portugueses desenvolveram um trabalho criativo com base num conjunto de objetos recolhidos no Porto e em Matosinhos, cujo resultado final vai ser dado a conhecer na bienal sob diferentes formas, contou o curador Sam Baron.
Sob a designação “Autre”, estes trabalhos vão ser apresentados ao público sob a forma de um programa de rádio, no qual as culturas portuguesas e francesas se encontram, assim como em exposições e instalações no Museu Soares do Reis, no Porto, e na área envolvente e numa iniciativa social em que o design se torna uma ferramenta que ajuda a alimentar e apoiar pessoas carenciadas, revelou.
A Porto Design Biennale é promovida pelos municípios do Porto e de Matosinhos e organizada pelo centro de investigação da Escola Superior de Arte e Design (ESAD).