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Horticultores da Póvoa de Varzim alertam para risco do mar invadir campos agrícolas costeiros

29 Abril 2021
Horticultores da Póvoa de Varzim alertam para risco do mar invadir campos agrícolas costeiros
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Os horticultores da Póvoa de Varzim consideram de “vital importância” o reforço das dunas nas praias no norte do concelho, para evitar a entrada de água do mar nos campos agrícolas adjacentes à costa.
O alerta foi dado pela Horpozim – Associação Empresarial Hortícola, na sequência dos recentes acontecimentos na praia da Estela, onde a proteção dunar artificial junto ao campo de golfe local tem mostrado sinais de degradação, colocando em risco a sustentação da erosão costeira.
“O possível desaparecimento desta proteção natural, composta pelas dunas da praia da Estela, colocará em causa a salubridade da água [dos lençóis freáticos], pois a sua salinização inviabilizaria o seu uso de rega. Mas, mais grave do que isso, seria a invasão da água do mar no vasto território cultivado, que estará abaixo do nível das águas do mar”, expressou a Horpozim, num comunicado.
A associação diz que será “catastrófico para a região” se os campos agrícolas adjacentes à costa forem contaminados com água do mar, lembrando que milhares de pessoas dependem da produção hortícola para o seu sustento.
“Terá consequências severas para a economia local. A qualidade dos produtos agrícolas produzidos localmente é reconhecida pelos consumidores (…), sendo os principais mercados grossistas do norte do país e a Galiza o destino do escoamento de grande parte das produções”, vincou a Horpozim.
A associação diz que esta ameaça do rompimento das dunas está a causar “enorme desassossego” aos horticultores e pediu à Câmara Municipal da Póvoa de Varzim que instasse o Governo a tomar medidas para travar o avanço da erosão costeira no concelho.
A autarquia poveira, através de uma carta enviada ao Ministério do Ambiente, já expôs a situação ao Governo, pedindo uma intervenção “urgente”, mas “sustentada”.
“As questões da erosão costeira não podem ser pensadas para o ‘aqui e agora’ mas devem prever um plano sustentado de intervenções com alcance a médio e longo prazo. Preocupa-nos a sustentabilidade de uma atividade económica [horticultura] de relevante interesse local, regional e nacional e que ficará em risco caso nada se faça para reduzir o avanço da erosão dunar que, em breve, levará ao seu desmoronamento e permitirá o avanço do mar até aos campos agrícolas”, alertou a Câmara Municipal.
Nesse sentido, a autarquia pediu “uma intervenção imediata nos locais em risco que passará pela urgente alimentação artificial de areias e uma intervenção sustentada e mais robusta que poderá passar pela implementação de soluções de engenharia natural de forma a potenciar uma barreira ao avanço do mar, complementadas com nova alimentação artificial de areias”.