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BE pede apoios urgentes para trabalhadores despedidos da fábrica Iberodye de Vila do Conde

29 Abril 2021
BE pede apoios urgentes para trabalhadores despedidos da fábrica Iberodye de Vila do Conde
Política
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O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) instou hoje o Governo a agilizar “medidas com caráter de urgência” para apoiar 52 trabalhadores despedidos de uma empresa do ramo da tinturaria na freguesia de Macieira da Maia, em Vila do Conde.
Uma pergunta dirigida ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, hoje divulgada pelo BE, o partido deu conta que a empresa Iberodye, que funcionava em Macieira da Maia, avançou com um processo de insolvência e despedimento coletivo, mas que mantém salários em atraso aos trabalhadores.
“Segundo informações recebidas pelo Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, a empresa tem dois meses de salários em atraso, dívidas às Finanças e Segurança Social. Em 2018 e 2019, a empresa investiu na sua modernização, sendo apoiada pelos fundos europeus estruturais e de investimento Portugal 2020”, denunciaram os bloquistas.
Segundo o partido, a Iberodye foi distinguida, em 2018, pelo IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, como uma das empresas mais promissoras a nível nacional, tendo recebido benefícios de mais de 600 mil euros.
No entanto, após o atual processo de insolvência e o despedimento coletivo, o BE aponta que é “necessário garantir que os direitos dos trabalhadores são assegurados, nomeadamente no que respeita ao pagamento de eventuais salários em atraso”.
“O Bloco de Esquerda está solidário com estes trabalhadores e estas trabalhadoras e considera que o encerramento desta empresa terá um grande impacto social e económico na região e no concelho de Vila do Conde”, revelou o partido.
Nesse sentido, no texto enviado ao Governo, assinado pelos deputados José Soeiro e Isabel Pires, os bloquistas questionam “se a tutela tinha conhecimento da situação e que diligências estão a ser tomadas ou serão tomadas pela Autoridade para as Condições do Trabalho”.
O BE instou “a adoção de medida com caráter de urgência para que rapidamente os trabalhadores tenham acesso ao subsídio de desemprego ou outras medidas de proteção social”, bem como questionou “se a tutela está disponível para analisar com a empresa, no quadro dos apoios extraordinários às empresas concedidos no contexto da pandemia, uma solução que permita a viabilização da empresa e a manutenção dos postos de trabalho”.
Depois de “várias vidas”, em que já se tinha chamado Belfil e depois Condytinge, quando esta última declarou insolvência, em 2011, assumiu o nome Iberodye, mantendo a mesma administração e instalações que a sua antecessora.
A Iberodye era uma tinturaria de fios e malhas com atividade desde 2011, e que em 2018 tinha feito um investimento de mais de 3,4 milhões de euros na modernização da fábrica com apoio do programa Portugal 2020.
Desde 2020, a empresa acumulava dificuldades para liquidar compromissos com fornecedores, com o Estado e com os trabalhadores, acabando por pedir a insolvência e avançar com o despedimento coletivo.