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INEM demite médico diretor regional do Norte António Barbosa que colocou lugar à disposição

1 Fevereiro 2021
INEM demite médico diretor regional do Norte António Barbosa que colocou lugar à disposição
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O conselho diretivo do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) “aceitou o pedido” do diretor regional no Norte, que colocou o lugar à disposição após autorizar a vacinação contra a Covid-19 de profissionais de uma pastelaria no Porto.
“O Conselho Diretivo (CD) do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) aceitou o pedido do Diretor Regional do INEM no Norte, que colocou este sábado o seu lugar à disposição”, lê-se numa nota partilhada no portal do Instituto.
O diretor regional do INEM do Norte, António Barbosa, de 37 anos, assumiu no sábado que tinha autorizado a vacinação de 11 funcionários de uma pastelaria próxima, tendo rejeitado que se tratasse de favorecimento, mas sim para evitar o desperdício das doses de vacina.
Segundo a sua versão, havia mais 11 vacinas preparadas para o pessoal do INEM do que o que se veio a verificar ser necessário e a alternativa ao que determinou seria o desperdício.
“Atendendo o que está descrito na norma, a alternativa a vacinar cidadãos próximos seria descartar, literalmente deitar ao lixo”, disse, assinalando que obedeceu apenas a um critério de “disponibilidade e proximidade” e não outro.
Na nota divulgada no sábado à noite, o Conselho Diretivo do INEM disse agora aguardar “com serenidade” o desenvolvimento e as conclusões do inquérito que será desenvolvido pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) a este processo de vacinação, “manifestando total colaboração a esse serviço inspetivo para o apuramento dos factos”.
Numa resposta a pedidos de esclarecimento referia, contudo, que “os prazos estipulados para administração das vacinas após descongelação e diluição, bem como a logística de todo este processo de vacinação, nomeadamente a exigência de condições de assepsia na sua preparação, não permitiriam a administração destas doses sobrantes a pessoas externas, e em ambientes externos ao INEM”.
Na tarde de sábado, António Barbosa disse ter colocado o seu lugar à disposição da administração – e não apresentado a sua demissão – depois de ter sido noticiado que o INEM tinha vacinado contra a Covid-19 funcionários de uma pastelaria no Porto, admitindo que pode ter havido funcionários de outros estabelecimentos contíguos ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) na lista das 11 pessoas externas ao INEM que foram vacinadas.
“Tínhamos 11 vacinas preparadas, o que resultou da dificuldade de perceber quantos profissionais podiam ainda vir a ser vacinados. Devo dizer-vos que do grupo de profissionais prioritários ficaram seis dezenas que não quiseram tomar [a vacina] ou já a tinham tomado noutras instituições onde trabalham. As doses foram preparadas porque estávamos com dificuldade de perceber quem podia vir. Tive conhecimento e fui confrontado com a necessidade [de as administrar]. Neste momento, a decisão era a mesma. Era imoral descartar vacinas numa altura destas”, explicou António Barbosa, garantindo que se não fosse esta a decisão as vacinas iam parar ao lixo.
“Deitar as vacinas ao lixo é que seria imoral”, defendeu o médico António Barbosa responsável pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) do Porto.
Segundo o jornal que avançou a notícia, “todo o ‘staff’ do estabelecimento, situado na porta ao lado do INEM, no Porto, recebeu já as duas doses da vacina”.
A situação do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) do Porto é conhecida após a Associação Nacional de Emergência e Proteção Civil (APROSOC) ter denunciado, a vacinação de profissionais não prioritários na sede do INEM.