O estado do passadiço da Praia de Angeiras, em Matosinhos, “piorou e está a chegar ao ponto mais crítico”, havendo “pilares suspensos”, denunciou o presidente da Associação Década Reversível (ADERE), Humberto Silva.
Em outubro, aquela associação alertou que a estrutura estava “em risco” devido à erosão costeira provocada pela construção do quebra-mar daquela zona piscatória, reclamando, por isso, a “reposição urgente de areias”.
Dois meses depois, o estado do passadiço está a “chegar ao ponto mais crítico”, assinalou o dirigente.
Humberto Silva acrescentou ter “alertado a DGRM [Direção-Geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos] para esta situação”, mas que “até agora nada foi feito”, razão pela qual a situação se “está a agravar”.
Neste cenário, o responsável da ADERE pede “celeridade para que o problema não fique fora de controlo”.
“O passadiço está a ficar suspenso e, portanto, pode ruir e pôr em causa os utilizadores”, sublinhou Humberto Silva, que acompanha a denúncia com uma fotografia onde se vêm pilares de sustentação do passadiço sem areia na sua base.
Esta situação é consequência da construção do Portinho de Angeiras, que arrancou em 2017 neste concelho do distrito do Porto, e que afetou a dinâmica sedimentar normal daquela praia, explicou, em outubro, o dirigente da ADERE.
A construção do Portinho de Angeiras, num investimento de 4,2 milhões de euros, arrancou em maio de 2017.
Na apresentação do projeto, a antiga ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, anunciou que a empreitada implica a edificação de um molhe de abrigo da zona piscatória, a requalificação do posto de controlo e transferência de pescado e a construção de um canal e rampa de acesso à zona piscatória.
Angeiras é uma comunidade piscatória tradicional, sendo a pesca ou as atividades relacionadas fontes de emprego e de rendimento das famílias.
A Câmara Municipal de Matosinhos, até ao momento, ainda não se manifestou sobre o assunto.