A Associação ambientalista Década Reversível (ADERE) disse esta terça feira estar a “acompanhar com muita atenção” a eventual construção de um hotel numa zona de Reserva Ecológica Nacional [REN] em Labruge, freguesia de Vila do Conde.
Em causa está um terreno em frente ao mar inserido em “zona ameaçada pelo mar” e em “dunas litorais”, onde, segundo a associação, tem havido algumas movimentações que indiciam uma possível empreitada, algo “inaceitável, desprovido de qualquer enquadramento legal” e que coloca “em causa a preservação dos ecossistemas litorais”.
No final de setembro de 2013 foi apresentado o projeto para o Labruge Talasso Hotel. Um hotel especializado em talassoterapia, tratamento com água do mar e elementos marinhos, na primeira linha do mar, na freguesia de Labruge, em Vila do Conde. O projeto foi licenciado em novembro de 2013 e custaria oito milhões de euros, sendo que o investidor, Alberto Gomes, ainda procurava financiamento. O empresário do ramo da imobiliária adiantou, na altura, que ia embarcar na “aventura” de “construir num terreno em cima do mar um hotel que apenas terá pela frente a linha do horizonte”. O objetivo era criar “um produto diferenciador a nível da talassoterapia e garantir 50% da ocupação com nórdicos”.
O Labruge Talasso Hotel, como estava definido chamar-se a unidade de quatro estrelas superior, teria 114 quartos, SPA, restaurante, duas piscinas e um auditório e empregaria cerca de 40 pessoas. O projeto, ainda disponível, é da NN – Arquitetura e Planeamento, que também projetou o Hotel Teatro, no Porto.
A Câmara de Vila do Conde esclareceu que para o local chegou a estar, há cerca de uma década, “aprovada a construção de um hotel, a qual, então, mereceu parecer favorável de todas as entidades que, em razão da localização, se deviam pronunciar sobre essa pretensão”.
A autarquia de Vila do Conde acrescentou que o processo, entretanto, caducou e não foi renovado.
“Na falta de impulso do requerente em obter a correspondente licença, foi declarada a caducidade expressa desse procedimento, pelo que, à data, não existe qualquer operação urbanística aprovada para o terreno”, esclareceu a Câmara de Vila do Conde.