A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, considera que Portugal está no “bom caminho” para conseguir energias mais limpas e maior digitalização, devendo agora aproveitar a “oportunidade única” dos fundos europeus pós-crise para o consolidar.
“Já antes da pandemia, Portugal estava no bom caminho para garantir um cabaz energético mais limpo e uma maior digitalização”, declara a responsável, numa entrevista na véspera da sua primeira visita oficial a Portugal enquanto presidente do executivo comunitário.
Aproximando-se também o prazo para os Estados-membros enviarem para Bruxelas as suas prioridades para as verbas que vão receber do “NextGenerationEU”, o fundo de recuperação pós-crise da Covid-19 proposto pelo seu executivo e acordado pelos líderes europeus numa longa cimeira em julho passado, Ursula von der Leyen recorda que o executivo comunitário “publicou orientações pormenorizadas para ajudar os Estados-membros a prepararem os seus planos de recuperação nacionais”.
E nessas diretrizes existe “uma clara incidência nas questões de futuro da proteção do clima, da digitalização e de uma economia mais resiliente”, destaca.
Ursula von der Leyen defende, por isso, que o “NextGenerationEU” é “uma oportunidade única” para Portugal e os restantes países europeus “desenharem a mudança”.
“No que toca aos planos nacionais, trabalharemos em conjunto para garantir que contribuem para as transições ecológica e digital e para reforçar a resiliência económica e social de cada Estado-Membro, promovendo a criação de emprego e o seu potencial de crescimento”, garante.
De acordo com o compromisso alcançado em julho passado, Portugal receberá 15,3 mil milhões de euros em subvenções (a fundo perdido), incluindo 13,2 mil milhões de euros, até 2023, através do Mecanismo de Recuperação e Resiliência, o principal instrumento do Fundo de Recuperação.
Os planos de recuperação e resiliência podem ser enviados pelos países a Bruxelas a partir de meados de outubro, dispondo depois a Comissão Europeia de dois meses para os avaliar.
O Governo já veio dizer que Portugal quer ser dos primeiros países da UE a ter um plano de recuperação e resiliência “apresentado, discutido e aprovado” para aceder a fundos europeus a partir de início de 2021.