Pandemia leva Câmara da Póvoa de Varzim a prorrogar concurso para a Praça de Touros

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A Câmara Municipal da Póvoa de Varzim decidiu prorrogar, por 45 dias, o prazo do concurso para a requalificação da Praça de Touros, devido às contingências provocadas pela pandemia de coronavírus (Covid-19).
A medida, que já foi publicada em Diário da República, permite agora às empresas que concorrem à empreitada, que está prevista custar 9,5 milhões de euros, apresentarem as suas propostas até meados de maio.
“Vários concorrentes fizeram-nos chegar a dificuldade em obter orçamentos necessários para completar as suas propostas, devido aos problemas logísticos causados pela pandemia de coronavírus. Compreendemos que vivemos tempos anormais e decidimos prolongar o prazo para a entrega das propostas”, explicou Aires Pereira, presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim.
A requalificação da Praça de Touros da Póvoa de Varzim, que será uma das maiores obras públicas neste concelho do Norte do país, irá transformar a infraestrutura num espaço multiusos para eventos culturais e desportivos com capacidade para cerca de três mil pessoas.
A nova arena vai ser construída no local onde, atualmente, existe a Praça de Touros da cidade, que, entretanto, vai ser demolida e deixar de ter o seu propósito inicial, ficando no centro de uma nova alameda que será construída na parte norte da Póvoa de Varzim.
O prazo de execução da obra, que deveria arrancar em abril deste ano, está previsto em dois anos.
Entretanto, o Clube Taurino Povoense lançou uma petição, numa plataforma ‘online’, contra a demolição da Praça de Touros da Póvoa de Varzim, onde reuniu mais 12.000 assinaturas, que entretanto foram entregues ao presidente da Assembleia Municipal local.
No texto que acompanhou essa petição, o Clube Taurino Povoense considerou que “a decisão de destruir a praça de touros é um ataque e um desrespeito à memória dos milhares de poveiros que durante décadas frequentaram as touradas na cidade e ajudaram a construir esta praça”.
“Não se pode destruir um património e cultura que são de todos os poveiros e que lhes compete preservar. Defendemos a recuperação e modernização da praça para espaço multiusos, mas mantendo a sua função original, como aconteceu no Campo Pequeno [em Lisboa] e noutras praças pelo país”, pode ler-se, ainda, na petição.
Afonso Pinhão Ferreira, presidente da Assembleia Municipal Poveira, reagiu à iniciativa, numa nota publicada no ‘site’ do município, dizendo que “todas as opiniões pessoais ou coletivas merecem respeito e tolerância”, mas alertando que a requalificação do espaço “foi votada livre, refletida e afirmativamente pela maioria dos deputados eleitos pelos poveiros”.