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Catarina Martins insiste em Vila do Conde que PPP são “um autêntico sorvedouro de dinheiro”

11 Março 2020
Catarina Martins insiste em Vila do Conde que PPP são “um autêntico sorvedouro de dinheiro”
Política
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A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, reiterou que as Parcerias Público-Privadas (PPP) são “um sorvedouro de dinheiro”, sublinhando que o partido “não é contra certas PPP, mas sim contra todas elas”.
A líder dos bloquistas e deputada abordou o assunto num jantar do 21.º aniversário do partido, realizado em Vila do Conde, assegurando que o Bloco de Esquerda tudo fará para continuar a “impedir PPP ruinosas para o país”.
“Somos dos países em que as PPP mais pesam no Produto Interno Bruto (PIB), e em que mais riqueza produzida por quem trabalha é entregue a estas parcerias. São um autêntico sorvedouro de dinheiro, e em menos de dez anos custaram 12 mil milhões de euros ao país”, disse Catarina Martins.
A coordenadora do Bloco de Esquerda apontou “que quando algo corre mal nestas parecerias o risco é sempre para o público e não para os privados”, insurgindo-se contra “contratos de reequilíbrio financeiro após os contratos iniciais”.
“A taxa de rentabilidade das PPP foi sempre mais alta do que os juros da dívida, o que quer dizer que foram mais caras do que fazer diretamente. Foram uma porta giratória entre governos e empresas privadas, que minaram sempre o interesse publico”, acrescentou.
Catarina Martins vincou que “o Bloco de Esquerda não é contra certas PPP, mas sim contra todas elas”, garantindo os portugueses podem contar com o partido “para acabar com todas”.
Algumas dessas parcerias, nos últimos anos, versaram o Sistema Nacional de Saúde, setor que Catarina Martins disse ser essencial manter-se na esfera pública e com uma lei de bases bem regulamentada e aplicada.
“O SNS é dos serviços que mais apetite de negócio consegue despertar nos privados. Há quem queira fazer da Saúde um negócio, aproveitando-se do esforço e trabalho de todos para um SNS forte. Fizemos um trabalho que resultou numa nova lei de bases, que agora tem de ser regulamentada para ser real”, disse Catarina Martins.
A coordenadora frisou que o Bloco de Esquerda ajudou a garantir que, “no Orçamento de Estado, houvesse a maior verba de sempre para o SNS”, lembrando “a importância de investimento para integrar mais serviços e mais profissionais”.
“Hoje, que o país está confrontado com uma epidemia, que está espalhada por todo o mundo, sabemos que só um SNS forte pode ser a resposta que precisamos. Mas no Bloco não precisamos de nenhuma epidemia para compreender como é importante o SNS. O que é necessário é que todos os instrumentos que aprovamos nos últimos tempos, da lei de bases e do Orçamento de Estado, sejam efetivados”, concluiu Catarina Martins.