A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, reiterou que as Parcerias Público-Privadas (PPP) são “um sorvedouro de dinheiro”, sublinhando que o partido “não é contra certas PPP, mas sim contra todas elas”.
A líder dos bloquistas e deputada abordou o assunto num jantar do 21.º aniversário do partido, realizado em Vila do Conde, assegurando que o Bloco de Esquerda tudo fará para continuar a “impedir PPP ruinosas para o país”.
“Somos dos países em que as PPP mais pesam no Produto Interno Bruto (PIB), e em que mais riqueza produzida por quem trabalha é entregue a estas parcerias. São um autêntico sorvedouro de dinheiro, e em menos de dez anos custaram 12 mil milhões de euros ao país”, disse Catarina Martins.
A coordenadora do Bloco de Esquerda apontou “que quando algo corre mal nestas parecerias o risco é sempre para o público e não para os privados”, insurgindo-se contra “contratos de reequilíbrio financeiro após os contratos iniciais”.
“A taxa de rentabilidade das PPP foi sempre mais alta do que os juros da dívida, o que quer dizer que foram mais caras do que fazer diretamente. Foram uma porta giratória entre governos e empresas privadas, que minaram sempre o interesse publico”, acrescentou.
Catarina Martins vincou que “o Bloco de Esquerda não é contra certas PPP, mas sim contra todas elas”, garantindo os portugueses podem contar com o partido “para acabar com todas”.
Algumas dessas parcerias, nos últimos anos, versaram o Sistema Nacional de Saúde, setor que Catarina Martins disse ser essencial manter-se na esfera pública e com uma lei de bases bem regulamentada e aplicada.
“O SNS é dos serviços que mais apetite de negócio consegue despertar nos privados. Há quem queira fazer da Saúde um negócio, aproveitando-se do esforço e trabalho de todos para um SNS forte. Fizemos um trabalho que resultou numa nova lei de bases, que agora tem de ser regulamentada para ser real”, disse Catarina Martins.
A coordenadora frisou que o Bloco de Esquerda ajudou a garantir que, “no Orçamento de Estado, houvesse a maior verba de sempre para o SNS”, lembrando “a importância de investimento para integrar mais serviços e mais profissionais”.
“Hoje, que o país está confrontado com uma epidemia, que está espalhada por todo o mundo, sabemos que só um SNS forte pode ser a resposta que precisamos. Mas no Bloco não precisamos de nenhuma epidemia para compreender como é importante o SNS. O que é necessário é que todos os instrumentos que aprovamos nos últimos tempos, da lei de bases e do Orçamento de Estado, sejam efetivados”, concluiu Catarina Martins.