A Assembleia Municipal da Póvoa de Varzim aprovou o Plano de Atividades e Orçamento da Câmara para 2020, que contempla um investimento de 63,3 milhões de euros, menos 1,4 milhões que no ano anterior.
O documento, que já tinha sido ratificado em reunião do executivo pela maioria do PSD e com a abstenção do PS, voltou a merecer os mesmos votos destas duas forças políticas, mas agora com os votos contra dos representantes de BE, CDS e CDU, e abstenção do PAN.
Segundo Luís Diamantino, vice-presidente da autarquia, este Plano de Atividades e Orçamento para 2020 prevê “uma linha de continuidade com o que tem sido feito nos últimos anos”, além do desenvolvimento de várias obras em curso, apoiadas por fundos europeus.
“Estamos a ser coerentes com o que propusemos aos poveiros. Mantemos os impostos municipais nos níveis mínimos contemplados na lei, fizemos um dos maiores investimentos de sempre no setor da educação e vamos continuar a investir em obras, não só na cidade como também nas freguesias onde temos intervenções de monta”, disse o vice-presidente da Câmara da Póvoa de Varzim.
Nas contas para 2020 está, também, prevista uma redução da dívida do município para 5,9 milhões de euros, o que é considerado, pelo executivo social-democrata uma situação de “desafogo”, dado que a capacidade de endividamento municipal está agora na ordem dos 50 milhões de euros.
Já a bancada do PS, a maior força política de oposição da Póvoa de Varzim, justificou a sua posição de abstenção com “a falta de estratégia e visão do documento”.
“Faltam projetos para atração de investimento e criação de emprego qualificado no concelho. Há intervenções necessárias nas escolas que não foram contempladas, e uma aposta excessiva em projetos e obras faraónicas, para deixar uma marca no concelho, mas sem perceber os objetivos dessas obras”, disse o socialista Miguel Pinto.
O CDS justificou o voto contra, apontando “uma falta de visão em relação ao futuro”, em que deputado Artur Castelo Branco lamenta “a falta de aposta em equipamento sociais, nomeadamente para os idosos, a incapacidade para atrair empresas para o concelho e, com isso, fixar jovens através do emprego”.
Na CDU, João Martins também vincou a parte social para justificar o ‘chumbo’ ao documento, considerando que “continua a faltar no concelho uma oferta pública de creches e jardins de infância e uma aposta na habituação social”, e mostrando muitas dúvidas sobre o investimento projetado para 2021 na rede de transportes.
O Bloco de Esquerda, através do deputado Victor Pinto, também criticou “a falta de aposta em equipamentos sociais de gestão pública para idosos e crianças”.
Da parte do PAN não houve reação à posição de abstenção do partido ao Plano de Atividades e Orçamento da autarquia poveira para 2020.
Ainda nesta Assembleia Municipal, foi aprovado, mas apenas com o voto favorável da maioria do PSD, a abertura do concurso público para a adjudicação da empreitada da Arena da Póvoa de Varzim, o pavilhão multiusos que vai ser construído no atual local da Praça de Touros.
Os deputados do PS, CDS, CDU e BE votaram contra neste ponto, apresentando como argumentos a falta de clareza em relação ao projeto e o valor do investimento [9,5 milhões de euros]. O PAN absteve-se.
Ainda sobre este tema, e no período dedicado à intervenção do público, Rui Porto Maia, presidente do Clube Taurino Povoense, questionou a autarquia pela opção de demolir um edifício histórico erguido há 70 anos.