Um juiz de Vila do Conde vai tirar dúvidas sobre a morte de um condutor da Póvoa de Varzim no local do acidente, num processo em que o Ministério Público acusa o outro automobilista envolvido de homicídio por negligência.
Fonte judicial disse que alguns testemunhos em sala de audiência suscitaram dúvidas que o magistrado judicial quer esclarecer “in loco”, numa diligência em que se fará acompanhar do procurador do processo e outros intervenientes processuais.
Em causa está uma colisão ocorrida na véspera de Natal de 2016 no entroncamento da Estrada Nacional 13 (EN 13) com a Rua Padre Dias Junqueira, na Estela, Póvoa de Varzim, num processo em julgamento na Instância Local Criminal de Vila do Conde.
O embate envolveu um automóvel de matrícula francesa, mas guiado por um português, que circulava no sentido norte-sul da EN 13, e o condutor sexagenário de uma carrinha que pretendia entrar, a partir da via local, na estrada nacional, em direção a sul, e que veio a morrer na sequência da colisão.
“O acidente ficou a dever-se à velocidade excessiva de que o arguido ia animado, bem como à falta de cuidado, à inconsideração e à falta de destreza com que agiu, pois sabia que, sendo a via marginada por edificações e atenta a proximidade de um entroncamento e duma passagem para peões, não podia circular à velocidade a que o fazia”, afirma o Ministério Público na acusação em que lhe imputa um crime de homicídio por negligência.
Ainda segundo o Ministério Público, o arguido circulava a uma velocidade “nunca inferior a 115 quilómetros/hora”, pelo que “não conseguiu fazer parar o veículo que conduzia e embateu violentamente” na carrinha, numa altura em que “era bom o estado do tempo e o piso encontrava-se em bom estado de conservação”.
Em consequência do acidente, o condutor da carrinha “sofreu lesões traumáticas craniomeníngeas, torácicas e abdominopélvicas (…) de que resultou, como efeito necessário, a sua morte”, salienta, ainda, o Ministério Público.