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Eleições Autárquicas…

6 Outubro 2017
Eleições Autárquicas…
Opinião
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Em primeiro lugar queria dar os parabéns à Dr.ª Elisa Ferraz por esta vitória, de tão importante, que fez acabar a hegemonia e a “ditadura” do PS, o que por si só já foi muito bom.
Podia continuar e dar também os parabéns à sua equipa, mas isso competia à presidente, mas pelo que ouvi nos debates, a equipa esteve quase sempre relegada para segundo plano, não sendo por ela valorizada e reconhecida. Quero com isto dizer que esta foi a vitória da Elisa, do seu ego, da sua determinação, pois chama a si toda a campanha dizendo “eu sou a melhor, a mais bem preparada, aquela que já deu provas a vários níveis, eu sou a melhor, confiem em mim”. A personalidade perfeita, que usava enormes outdoors em que a sua figura aparecia sempre em destaque como um ser omnipotente, mas o que é certo é que deu resultado, pois venceu. Todas as outras iniciativas feitas pontualmente pela equipa eram levadas a cabo por elementos incansáveis que queriam mostrar trabalho e muitas vezes o conseguiriam com esforço e dedicação, só que a presidente viu isso como uma autopromoção do seu status inabalável.
Mesmo assim, com este seu feitiozinho muito próprio, espero que seja a Presidente de todos os Vilacondenses e não só de alguns “amigos”, como acontecia com o “outro senhor”.
Que cumpra o seu mandato pautado por aquilo que foi dito nas campanhas, e que está escrito para memória futura, realizando aquilo a que se comprometeu.
António Caetano perdeu. O copy/paste de Mário Almeida não resultou. As pessoas estavam “fartas” daquele sistema em que só quem era por eles é que tinha os seus problemas resolvidos. Que continue como vereador, que foi o que disse: “mesmo que não seja presidente, continuo”. Que as suas ideias, que para mim eram mais do mesmo, sejam mais inovadoras e que ajude o concelho a progredir.
Constantino Silva tinha uma oportunidade única de conseguir o melhor resultado de sempre. Eu acreditava, mas não foi assim e fiquei desiludido. O homem dos 3 D’s perdeu-se na Democracia, já não irá Desenvolver e não conseguiu Dinamizar apoios.
A análise que eu faço desta candidatura, e como Caxineiro, é que não souberam escolher a melhor equipa. Não quero tirar prestígio e muito menos desvalorizar as competências dos escolhidos, mas eu teria optado por uma equipa diferente, pois quer queiramos quer não, o busílis da questão, no que se refere a votos, está sempre em Caxinas, e se existisse uma forte equipa Caxineira, pelos menos metade dos votos Caxineiros viriam para aqui e logo seria diferente. Acho que foi um erro de casting. Não o culpo, porque acho que foi vítima do seu próprio partido e da aliança que fez. Nestas eleições, a mudança teria que ser efetiva, teria que ser trabalhada, ser bem explorada, quer em mentalidades, quer em pessoas, ao exemplo do que fez a NAU, escolheu as pessoas certas no momento certo e isso a coligação Mais Vila do Conde não conseguiu. O não ter um candidato à Junta que fosse mesmo Caxineiro e com influência na terra, e existiam vários por aqui, fez com que se perdessem muitos votos das Caxinas. O Artur Bonfim, homem que eu respeito, mais a sua equipa, foram um déjà-vu. Deviam ter apostado naquelas pessoas que vão á luta e dão luta, vulgo Caxineiros, que se for preciso sabem dar murros da mesa. Assim não o quiseram, e o resultado foi o que se viu. Agora só com um vereador muito dificilmente conseguirá pôr em prática os seus projetos que até me pareciam interessantes.
Pedro Martins, igual a si próprio, um comunista com ideias claras, que não poderão divergir muito das directrizes do partido, mas que as tinha para a nossa comunidade e para mim as de maior interesse público. Ficou aquém das expectativas. Foi pena, até porque a luta pelo novo hospital, em que foram os únicos que fizeram manifestações de apoio, poderia ter nele um bom interlocutor, além da luta contra a Indaqua e outros dossiers. Por isso acho que merecia mais votos. Os eleitores assim não o quiseram e muitas coisas vão ficar por tratar.
Louro Miguel, um diplomata do BE, que fala da Câmara como uma empresa que funciona como uma mera coleta de impostos dos contribuintes, o que não deixa de ter razão, também não conseguiu cativar os eleitores.
Tinha processos para resolver, como os da Indaqua, trânsito e outros, mas sem vereação vão ficar por tratar. O povo também não o apoiou e para mim fez mal.
O que eu penso é que devíamos ter, pelo menos, um vereador de cada candidatura, mas nestas coisas o povo é soberano e quem decidiu decidiu.
Temos 9 vereadores, 5 da NAU, 3 do PS e 1 da Coligação Mais Vila do Conde, portanto temos maioria da NAU, o que para mim é mau (não vou com maiorias). Vamos apanhar com decisões unilaterais, vamos nos chatear, vamos pôr muitos problemas à edilidade, mas a democracia é mesmo assim e temos que continuar a exercer a cidadania de uma forma ativa, livre e responsável, pois todos sairemos a ganhar.
Antes das eleições, os cidadãos muito se debateram com assuntos que lhes diziam muito, na sua casa, na sua família, na sua rua e a partir de agora têm que continuar a discuti-los, pois só assim teremos uma democracia plena.
No entanto, parabéns aos vencedores, que sejam uns dignos representantes do povo Vilacondense, com a capacidade e o discernimento que lhes exigimos e que Vila do Conde seja um concelho onde a gente possa ser e viver feliz!

António Postiga