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Festas de São João começam mal em Vila do Conde

26 Maio 2017
Festas de São João começam mal em Vila do Conde
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A secular tradição dos Cânticos a São João, um mês antes do dia do padroeiro de Vila do Conde, foi interrompida, perante a estupefacção dos componentes e aficionados dos Ranchos da Praça e do Monte.
Pela primeira vez, em quase 100 anos de história e tradição, a Polícia de Segurança Pública de Vila do Conde recebeu várias queixas de “música alta” nas traseiras da Igreja Matriz e no Monte do Mosteiro de Santa Clara.
Há um século que os cantares a São João marcam o arranque um mês antes das festas do padroeiro da cidade e nunca houve problemas, uma vez que duram cerca de duas horas e a desgarrada apenas cerca de 30 minutos, mas este ano as comemorações ficaram marcadas pela atuação da PSP nos palcos de ambos os Ranchos e por uma desavença entre um agente da PSP à civil e um elemento do Rancho das Rendilheiras do Monte, no monte do Mosteiro de Santa Clara.
Um elemento do Rancho do Monte diz ter sido agredido por um agente da PSP à civil, durante os Cantares a São João, que marcaram o arranque das festas de este ano, em Vila do Conde.
Jerónimo Vilhena diz que “estava a tomar conta das duas caixas de engenhos pirotécnicos e, de repente, vi um homem com uma caixa na mão a afastar-se. Pensei que a estava a roubar. Chamei-o e, como ele não respondeu, tentei tirar-lhe a caixa da mão. Ele só disse: “Chiu!”. Agarrou-me, rebentou-me os botões todos da camisa e um fio em ouro que eu tinha ao pescoço. Caí ao chão e ele ainda me deu dois ou três pontapés”, explicou, garantindo que “o agente – que só soube depois que era agente – em momento algum se identificou ou me dirigiu qualquer palavra”.
Logo depois da desavença, Jerónimo Vilhena diz que vários populares se aproximaram e chegaram dois elementos da PSP, num carro patrulha, e o agente à civil “desapareceu dali, sem deixar rasto”, salientando que “deveria estar embriagado” e vai apresentar queixa.
Carlos Pontes, presidente do Rancho do Monte, que também diz ter sido “insultado” pelo agente à civil, que “não estava de serviço e nada tinha a ver com a situação”, diz que também vai apresentar queixa.
O comando da PSP do Porto garante que foi Jerónimo Vilhena quem reagiu à tentativa do agente de lhe apreender os engenhos pirotécnicos e que “os dois se envolveram”, mas reconhece que o homem “estava vestido à civil e não estava de serviço”.
O comando da PSP do Porto explica, ainda, que os engenhos pirotécnicos em causa, “embora de venda livre, não podem ser lançados em qualquer local e exigem alguém habilitado para o efeito”, mas Jerónimo Vilhena garante que “estava apenas a guardar as caixas” e que o Rancho do Monte “tem licença” para detonar engenhos pirotécnicos no âmbito das festas de São João.