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“Coisas que eu sei”

6 Abril 2016
“Coisas que eu sei”
Opinião
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Estava habituada a ver o McDonald’s como o “restaurante do pecado”, e cada vez mais transparece healthyalidade. Aliás até posso lá ir tomar o Mequeno almoço.
Estava habituada a viajar na TAP para várias cidades da Europa desde o Aeroporto Sá Carneiro e vou ter que passar a viajar numa outra companhia área. Ou então arranco de Lisboa. Ou então não arranco porque o risco de atentado terrorista está demasiado elevado para sair de casa. Que pena. Agora que a TAP vai ter o último grito dos aviões na sua frota, o A320Neo. E também uns quantos A330Neo. Mas são só 13 destes portanto não é significativo em 51 novos aviões. É melhor ir para Luanda. Mas com o FMI a caminho podemos não caber todos. Começa a ficar apertado.
Estava habituada a ver Gunnlaugsson como primeiro ministro da Islândia mas com a “coincidência” do escândalo do Panama Papers, demite-se. Já vem outro. E estou a sentir que vão haver mais coincidências destas.
Estava habituada a ver os três clubes grandes em competição, mas entretanto já só existem dois. Que Tondela que aqui vai!
Estava habituada a comer Mars mas tive que devolver no supermercado. E comprei também uma capa de morcego para o meu sobrinho no IKEA mas já regressou à loja de Matosinhos. Ficou todo marcado de arranhões e, consequentemente, levei-o ao Hospital. Durante essa tarde, enquanto aguardávamos na sala de espera, assistia ao programa da Ana Lourenço na SIC Noticias, mas entretanto já está na RTP3 e no turno da noite. Esperamos e esperamos. Com a redução para 35 horas de trabalho por mês, desculpem por semana, não tinham pessoal suficiente. Dizem que vão contratar mais uns quantos 2700 em breve.
Já que mais seguro apenas está o Whatsapp com a encriptação total das mensagens, é melhor não comprar mais capas da Suécia e não comer mais chocolate de Marte.
Eu a pensar que a Volkswagen era a menos poluente e afinal é a Peugeot?
Preciso de paz. Esta tudo TAPado.
Vou refugiar-me e controlar as minhas fronteiras.
O grande problema de tudo isto é meu. Eu é que me habituei a tudo isto. Isto que muda a cada milésimo de segundo.
Não podemos ordenar às pessoas que mudem. Mas calma. Há mudanças que podemos fazer internamente. Nos nossos hábitos, na nosso estilo de vida e na nossa envolvência com todo este mundo exterior. Digamos que na nossa casa.
Exemplificando, quando as pessoas passam a fazer exercício de forma habitual, ainda que apenas uma vez por semana, começam a alterar outros padrões não relacionados nas suas vidas, muitas vezes inconscientemente. Em geral, as pessoas que fazem exercício começam a alimentar-se melhor e a tornar-se mais produtivas no trabalho. Fumam menos e mostram-se mais pacientes com colegas e família. Recorrem com menos frequência aos cartões de crédito e dizem sentir menos stress. Para muitas pessoas o exercício é um habito chave que desencadeia amplas mudanças – o exercício transborda. Há nele alguma coisa que abre caminho a bons hábitos.
As famílias que costumam jantar juntas criam filhos com melhores capacidades nos trabalhos de casa, mais altas classificações escolares, melhor controlo emocional e maior autoconfiança. O ato de fazer a própria cama todas a manhãs esta relacionado com maior produtividade, uma maior sensação de bem estar e com maiores aptidões para agir nos limites de um orçamento, segundo um estudo da Universidade de Rhode Island.
Se nos concentrarmos em mudar hábitos chave, conseguiremos induzir mudanças gerais.
Já que não podemos atuar perante todo este reboliço que existe fora de nós, atuemos na azáfama interna e desabituemo-nos do que nos tira a nossa paz.
Sim porque “ninguém sai de verdade de onde tem paz”.
Estimado leitor, enquanto leu a crónica, existem mais 3 novos modelos dos ténis New Balance e mais 5 Bloggers portuguesas fresquinhas.
“Coisas que eu sei, o medo mora perto das ideias loucas.”

Ana Rita Costa