Última hora

Mulher: Ontem, Hoje e Amanhã

8 Março 2016
Mulher: Ontem, Hoje e Amanhã
Opinião
0

Ontem foi o dia da Mulher.
Se me colocassem como opção de escolha nascer homem ou mulher, não me restariam dúvidas.
Gosto tanto de me Sentir Mulher, Ser Mulher e Estar como Mulher. A elegância, a beleza e luz própria, a fragilidade, a sensibilidade, a força, a garra, a superação. Aquela segurança, firmeza no andar e expressividade no rosto. Este contraste de características molda o que define uma mulher de verdade. As mulheres, se quiserem, conseguem ser únicas. Algumas nunca conseguirão ser porque teriam de começar do início e isso dá muito muito trabalho. Não estão para isso. Mas julgo que todas vão a tempo. Não é fácil não ceder à vulgaridade. É muito difícil marcarmos a diferença. É muito complicado ter “aquele brilho”. Ser mais do que bonita. Ter mais do que maquilhagem. Estar mais do que simplesmente existir. A atitude não está à venda nas prateleiras. A postura trabalha-se mas tem que vir de dentro. E o brilho… Ai o brilho! Esse já só dá para algumas, mesmo. Já é mais profundo. Como tudo na vida, estimados leitores, vem de dentro para fora.
Hoje é o dia da Mulher.
Tive uma Mãe brilhante. Continuo a ter a Minha Mãe a brilhar. Tudo aquilo em que me transformei se deve a ela. Já lá vão 20 anos na sua forma física, fisicamente acrescidos de mais 5 num outro patamar. Mas ela continua a ser a culpada por tudo o que sou hoje e peço todos os dias para que ela seja uma ré feliz e tranquila. Além de pedir, faço por isso também.
Talvez seja por isso que gosto tanto disto. Tenho duas irmãs. Uma Mãe Maravilhosa. Uma Avó deliciosa. Uma outra Avó que está longe mas super protetora. Meu Pai, desculpa mas hoje ficas em casa. Tens o teu dia de folga.
Gosto muito da Mulher com M grande pela complexidade que esta incorpora. As mulheres conseguem surpreender tanto. Conseguem aparentar ser uma coisa e afinal serem outra. Podem expirar fragilidade e inspirar força.
Como eu gosto de mistérios, não há nada melhor que conhecer uma pessoa todos os dias e ser surpreendida a cada momento, preferencialmente pela positiva. Talvez tenha sido toda esta competência que levou a ser a mulher a escolhida para conseguir gerar um ser humano dentro de si e carregar uma criança todos aqueles dias, às escondidas e bem protegido, nesse mistério silencioso. O silêncio é um luxo. Alimentá-lo e fazê-lo respirar todos os dias dentro de si. Transmitir-lhe os principais afectos através de um cordão. Partilhar todos os sentimentos e emoções apenas com ele. Desculpem seres humanos do sexo masculino mas isto é mágico. É único. E o mérito fica do nosso lado. Todo do nosso lado.
A educação e os princípios são a estrutura da cama. Mas não nos chega. A capa que colocamos como proteção, os lençóis que utilizamos por conforto e o edredom que escolhemos muitas vezes nada tem a ver com a capa e os lençóis. Ah, faltam as almofadas que podem fazer jogo com o restante ou não. São os rebentos que podem vir a existir. E só a mulher tem esse dom, de procriar, de colocar as almofadas e, por sua vez, de lhes colocar a chamada “fronha” de proteção. Também podemos sobreviver sem almofada mas não faz sentido nenhum. É desconfortável. Aliás isto tudo só faz sentido com a chamada “canalha” em redor. Este eufemismo representa simbolicamente o ser humano. Muitas vezes podemos ter o melhor conjunto, ou o mais bonito, se a estrutura não for sólida, não tiver valor de que vale o resto? Ou melhor, e se não houver estrutura?
Amanhã será, outra vez, o dia da Mulher.

Ana Rita Costa